Publicamente, a estratégia da Hyundai tem passado por negar o seu interesse no grupo ítalo-americano Fiat-Chrysler Automobiles (FCA), o que não tem impedido que tenham vindo a público várias notícias a confirmar esse mesmo interesse, sempre escudadas em fontes não identificadas. O mais recente episódio desta “novela” inscreve-se nessa linha, com pessoas próximas do processo a revelarem ao jornal Asia Times que o CEO da Hyundai, Chung Mong-koo, fez nova proposta directamente à FCA, embora acredite que ela venha a ser recusada.

A confirmar-se essa nega, o magnata sul-coreano, cuja fortuna está avaliada em mais de 6,8 mil milhões de dólares, tenciona avançar com um plano B, que passará por fazer uma oferta pública de aquisição, algures até aos primeiros meses de 2019. Antes, escreve o Asia Times, da realização da reunião anual de accionistas da FCA, agendada para Maio.

Com esse movimento, a Hyundai quererá tirar partido da situação delicada em que se encontrará o conglomerado italo-americano, dado que no próximo ano Sergio Marchionne abandonará os comandos do grupo, sendo a sua sucessão algo que ainda merece alguns jogos de força internos. Por um lado, Marchionne quererá que seja o actual director financeiro da FCA, Richard Palmer, a assumir o cargo de CEO. Por outro, a família Elkann estará mais inclinada para outro perfil na liderança, preferindo alguém mais ligado à indústria, como Alfredo Altavilla, CEO da Fiat-Chrysler para Europa, Médio Oriente e Ásia, ou Michael Manley, que dirige a Jeep desde 2011 e a Ram desde 2015.

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