A imagem que uma caçadora de animais de grande porte publicou nas redes sociais, depois de há um ano ter morto uma girafa na África do Sul, suscitou várias reacções de ira na Internet. Na fotografia vê-se Tess Thompson Talley a segurar uma arma, a apontar o dedo para o céu em sinal de vitória e atrás uma girafa morta.

Apesar de a publicação original de Talley ter sido apagada, um meio de comunicação sul-africano recuperou nos últimos dias o que a caçadora disse há um ano sobre o momento: “Orações pela minha caça de sonho que se tornou verdade hoje!”, escreveu, acrescentando que o animal tinha mais de 18 anos, pesava 1.814 quilos e que conseguiu retirar 900 quilos de carne dele.

As reações negativas rapidamente chegaram à Internet. A atriz americana Debra Messing partilhou a história no Instagram e classificou a caçadora como “vil, imoral, sem coração e assassina egoísta”, reforçando que esta é uma espécie rara e que “será extinta no momento em que os seus netos puderem sentar-se sem problemas no mato e puxar o gatilho”.

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Tess Thompson Talley from Nippa, Kentucky is a disgusting, vile, amoral, heartless, selfish murderer. With joy in her black heart and a beaming smile she lies next to the dead carcass of a *rare* black giraffe in South Africa. Giraffes are the epitome of gentle giants. They glide across the plains, like liquid; awe inspiring creatures who spend their days eating leaves and caring for their young. How DARE she. A rare animal that will be extinct by the time her grandchildren can go and gutlessly sit in the brush with a scope and pull a trigger. It does not take skill to have a ranger track a giraffe for you, and with the aid of night vision glasses and a scope, pull a trigger like some Carnival game. If you need to eat a giraffe? Get a bow and arrow and make it at least a fair fight. I am disgusted by people like you Tess. You reek of privilege and ignorance. Shame on you. And your husband Andrew Claude. Unconscionable. Irreparable damage. Irreplaceable beauty. #tessthompsontalley #trophyhunting #trophyhunter (SWIPE)

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Já no Twitter, vários internautas criticaram a prática de Tess Thompson Talley, defendendo que “matar animais por diversão é um caso sério de doença mental”. Outros acrescentam: “Eu não posso imaginar matar ninguém, muito menos um animal indefeso que não pode atirar em ti de volta”.

À Fox News, Talley já reagiu e afirmou que “a espécie não é rara, era apenas bastante velha. As girafas ficam mais escuras com a idade”, sublinhando que a girafa, que estava demasiado velha para procriar, matou três touros pequenos, “causando a diminuição da população”. “Agora, com a girafa morta, os touros pequenos podem continuar a procriar e aumentar a sua população. A isto chama-se conservação”, explicou a caçadora ao canal norte-americano.

Apesar de a maior parte dos comentários serem negativos, há também quem defenda a prática de Tess e tenha vindo demonstrar o seu apoio.

“Tess, estou muito orgulhoso de ti e dos teus esforços pela conservação. Deverias ser recompensada pela tua excelente escolha de jogo e qualidades de caça”, disse um utilizador do Twitter.

A chamada “caça do troféu” (“trophy hunting”, em inglês) é uma prática legal em vários países africanos, incluindo a Namíbia, Zâmbia e Zimbabué.