Nos primeiros meses do ano, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) deteve 65 pessoas e apreendeu 450 mil euros ligados ao jogo ilegal em ações de fiscalização a operadores económicos. A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias que refere também a proliferação de máquinas de jogo ilegais em cafés e bares.

Além dos jogos ilegais, também as formas de jogo legais registaram um aumento substancial na procura. No primeiro trimestre do ano foram registados 33,8 milhões de euros em apostas online, mais 2,5 milhões que no período homologo de 2017.

No ano passado, a Santa Casa obteve lucros recorde por causa dos jogos sociais. Os três jogos mais lucrativos  foram a raspadinha, o Placard e o M1lhão que renderam 2 091 milhões de euros.

Lucros da Santa Casa atingem recorde por causa dos jogos

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Em entrevista ao Jornal de Notícias, Adelino Vale Ferreira alerta que o vício do jogo ainda é visto na sociedade como um “problema menor”. “[Os] dependentes só percebem a verdadeira dimensão do problema quando a sua situação financeira rebenta ou têm problemas com a Justiça”, refere o coordenador regional da Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (DICAD).

Em junho, a Organização Mundial de Saúde retificou na Classificação Internacional de Doenças (IDC-11) e passou a considerar os comportamentos aditivos relacionados com o jogo como doença.

Não há estudos sobre a dimensão global do problema em Portugal. Contudo, o relatório da atividade de jogo online do 1º trimestre de 2018 do Serviço de Regulação e Inspecção de Jogos (SRIJ) aponta para um total de 890 mil jogadores registados. Destes, 21.1 mil (2,1%) pediram para ser impedidos de aceder aos sites.