O comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, defendeu esta terça-feira em Lisboa “um novo contrato social” entre ciência, governos e cidadãos, com os cientistas e as pessoas no “centro das políticas públicas”.

Precisamos de um novo contrato social entre a ciência, os governos e os cidadãos que aproxime as pessoas da ciência e onde os cidadãos e os cientistas estão no centro das políticas públicas”, afirmou Carlos Moedas na sessão plenária de encerramento do segundo dia do encontro Ciência 2018, que termina na quarta-feira no Centro de Congressos de Lisboa.

O comissário europeu apontou o novo programa comunitário de apoio à ciência e inovação, o Horizonte Europa, com um orçamento proposto de cerca de 100 mil milhões de euros, como “uma peça fundamental nesse caminho”, assinalando que uma das suas vertentes, a “ciência aberta”, é a “base do contrato social”.

Para Carlos Moedas, “quem recebe dinheiro público” para fazer ciência “tem que publicar em sistema aberto”.

[FrameNews src=”https://s.frames.news/cards/i-d-em-portugal/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”101″ slug=”i-d-em-portugal” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/i-d-em-portugal/thumbnail?version=1525275696140&locale=pt-PT&publisher=observador.pt” mce-placeholder=”1″]

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Não podemos permitir que se continue a publicar em sistemas em que o acesso à informação é pago, porque o primeiro direito do contribuinte é o acesso à informação”, sublinhou.

O comissário europeu disse que o Horizonte Europa pretende, através do financiamento de missões científicas como a cura de uma doença como o cancro, “criar uma ligação às pessoas, estabelecer uma direção para resolver os [seus] problemas”.

O titular da pasta da ciência e inovação na Comissão Europeia desafiou os investigadores a reagirem perante “a desconfiança na ciência”, lembrando que os Estados Unidos, “o país mais poderoso do mundo”, não têm no seu Governo conselheiros científicos. Antes de Carlos Moedas discursar foram entregues medalhas de mérito científico ao biólogo João Coimbra, ao sociólogo João Ferreira de Almeida, ao geógrafo Jorge Gaspar e ao geólogo José Hipólito Monteiro.

Na mesma sessão foram também entregues os Prémios Arquivo.pt 2018, que visam “destacar trabalhos originais e inovadores que demonstrem a utilidade do Arquivo.pt como infraestrutura de dados para investigação”. Um dos trabalhos premiados versou sobre o conceito da homossexualidade em 20 anos de publicação do jornal Expresso.

O Arquivo.pt é uma plataforma gerida pela Fundação para a Ciência e Tecnologia onde é possível “pesquisar e aceder a páginas” da internet preservadas desde 1996.