As exportações portuguesas para Moçambique estão a diminuir desde 2015, tendo registado uma nova quebra de 6,4% nos primeiros quatro meses deste ano em relação ao mesmo período de 2017, ao contrário das importações, que subiram 54,7%.

De acordo com os dados obtidos pela Lusa junto da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) a propósito da III Cimeira Luso-moçambicana, que decorre quinta-feira em Maputo, as empresas portuguesas exportaram para Moçambique entre janeiro e abril deste ano 54,5 milhões de euros em produtos, contra 58,3 milhões de euros (ME) no período homólogo.

Os dados provenientes do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que, entre 2013 e 2017, as exportações portuguesas para Moçambique caíram em média 11,7%, tendo atingindo um máximo em 2015 — 355 milhões de euros — e quebras em 2016, quando caíram para 214,7 ME, e novamente em 2017 (180,5 ME). O número de empresas nacionais exportadoras para Moçambique tem vindo também a diminuir, situando-se nas 1.849 em 2017, quando chegaram a ser 3.028 em 2013.

As importações portuguesas de Moçambique, pelo contrário, subiram nos primeiros quatro meses do ano 54,7%, embora com valores absolutos bem mais baixos do que as exportações: aumentaram de 5 para 7,7 milhões de euros, comparando o período entre janeiro e abril de 2017 e 2018.

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No período a que se referem as estatísticas do INE, entre 2013 e 2017, as importações portuguesas caíram 6,4%, com um pico em 2013 de 62,7 milhões de euros, que desceu para 34,9 ME no ano seguinte, mas subiu para 41,4 ME no ano passado. Em 2017, Portugal era o 20.º maior cliente de Moçambique – em 2013 era o sexto – e o 7.º maior fornecedor, quando em 2015 chegou a ser o quarto.

No sentido inverso, Moçambique situou-se no ano passado como o 34.º maior cliente de Portugal e o 68.º fornecedor de bens, tendo vindo também a diminuir o seu peso no total das importações e exportações nacionais. Máquinas e aparelhos (34%), metais comuns (10,9%), químicos (9,1%) e pastas celulósicas e papel (8,9%) foram em 2017 os principais produtos exportados para Moçambique, enquanto os produtos agrícolas (81,9%) representaram a esmagadora fatia das importações.

A balança comercial de bens e serviços com Moçambique é tradicionalmente favorável a Portugal, registando em 2017 um saldo de 245 milhões de euros, contra 340 ME em 2016 e 511 ME em 2015, segundo dados do Banco de Portugal fornecidos pelo AICEP.

De acordo com informação da embaixada de Portugal em Moçambique, Portugal tem-se posicionado de forma constante entre os cinco principais investidores estrangeiros em Moçambique, estimando-se que o investimento direto português no país dê origem a 52 postos de trabalho por cada milhão de dólares investido, o que representa quase o dobro do número médio de empregos gerados pela média do Investimento Direto Estrangeiro em Moçambique.

Na base de dados da AICEP Maputo, estão inscritas aproximadamente 500 empresas de capitais portugueses, na sua maioria de pequena e média dimensão. No setor do turismo, dados do Banco de Portugal indicam que as receitas de turismo de Moçambique em Portugal aumentaram no ano passado, tendo-se situado nos 61,1 milhões de euros em 2017, uma variação positiva de 4,3% em relação ao ano anterior.