Paulo Rangel (PSD) salientou esta terça-feira a determinação do Presidente de Angola, que num almoço com os representantes das famílias políticas do Parlamento Europeu se empenhou em projetar um país preparado para um período de investimento estrangeiro muito forte.

O eurodeputado social-democrata, que foi o único português presente no almoço de trabalho em Estrasburgo na qualidade de vice-presidente da bancada parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE), revelou que João Lourenço se mostrou “muito determinado”.

Esteve a traçar uma visão de um país que está a fazer um percurso para se abrir completamente e para se desenvolver, algo que o Presidente acha que vai ser relativamente rápido, embora saiba que não se pode querer tudo num dia”, contou.

Paulo Rangel esclareceu que, para já, essa abertura será em termos económicos.

“O que foi sublinhado ao almoço foi a vontade de criar condições para haver um investimento que não esteja dependente da arbitrariedade da corrupção. Houve muito a ideia de passar a imagem de um país que está a preparar-se para um período de investimento estrangeiro muito forte, e de um investimento diversificado, e preferencialmente europeu”, sublinhou.

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Num almoço em que João Lourenço falou preferencialmente em português, embora tenha feito uma exceção no diálogo com o presidente do Parlamento Europeu (PE), Antonio Tajani, com quem conversou em espanhol, o tema de um futuro Plano Marshall para África foi também abordado.

“Falou-se do Plano Marshall muito com o intuito de apostar no desenvolvimento financeiro para diminuir os fluxos migratórios, ou pelo menos os fluxos migratórios em desespero, que é o que temos hoje”, completou.

O vice-presidente do grupo político do PPE, o maior do PE, referiu que o nível de aceitação, pelo menos retórico, desta ideia, defendida quer por Tajani, quer pela chanceler alemã Angela Merkel, é “muito grande”.

Rangel destacou ainda o facto de João Lourenço, que esta terça-feira se tornou o primeiro presidente de Angola a discursar no hemiciclo, ter sido aplaudido de pé, algo que “não é muito comum com um chefe de Estado fora da Europa”.

“Foi lido, e também lhe foi transmitido, como um encorajamento devido aos sinais de abertura deste ano, em termos de liberdade de expressão, em termos de luta contra a corrupção”, finalizou.