Era, provavelmente, o adepto de seleção mais famoso do mundo. Era, já não é. Manolo do Bombo, ferrenho apoiante da La Roja pelo mundo (já acompanhou dez Mundiais e sete Campeonatos da Europa), anunciou a retirada dos palcos internacionais. Não resistiu às dificuldades que encontrou na Rússia, geradas pelas normas da FIFA que proíbem a entrada de instrumentos no estádios de futebol. A solução foi mesmo ‘pendurar’ o bombo, pelo menos nos palcos internacionais.

O Mundial começou sem problemas para Manolo: conseguiu fazer entrar o seu instrumento de apoio no Estádio Olímpico de Fisht e foi de bombo em riste que viu o hat-trick de Ronaldo à Espanha. Mas a seguir vieram os problemas. Nos restantes jogos da fase de grupos ficou à porta e foi em lágrimas que pediu à federação espanhola, ao primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e ao seu presidente russo, Vladimir Putin, que o ajudassem a fazer o que sempre fez. O adepto de 70 anos chegou mesmo a exibir, durante um treino da La Roja, um cartaz com a mensagem “Putin, amigo, ajuda um amigo”.

Os pedidos parecem ter surgido efeito: na partida dos oitavos de final, diante da Rússia, Manolo voltou ao ativo. O adepto explicou que só o conseguiu porque uma pessoa da organização se deslocou ao seu hotel para o acompanhar até ao interior do estádio. “A FIFA portou-se muito bem desta vez”, disse no final.

Mas as dificuldades fizeram mossa. E por isso Manolo garante que apenas vai continuar a apoiar a Espanha dentro de portas. E, claro, no bar que tem em Valência e onde estão expostos os três bombos que o acompanharam na sua odisseia pelo mundo. São, agora, pedaços de uma história que não se vai voltar a escrever.

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