O PSD enviou um conjunto de perguntas formais ao ministro da Defesa sobre a decisão do chefe de Estado Maior do Exército, noticiada esta quinta-feira pelo Observador, de afastar o comandante do regimento especial dos Comandos, o general Pipa Martins. Pipa Martins tinha sido nomeado comandante dos Comandos há apenas um ano, tendo chegado em substituição do coronel Dores Moreira, fragilizado com a investigação judicial à morte de dois recrutas do curso 127.

“Segundo notícias lidas na imprensa o Senhor Chefe de Estado Maior do Exército, general Rovisco Duarte, tomou a decisão de afastar o atual comandante do Regimento de Comandos, o coronel Pipa Martins, que estava em funções há apenas um ano (…). Acrescenta ainda uma das notícias que a decisão de substituir o atual comandante daquele regimento, situado na Serra da Carregueira, já estaria tomada há algum tempo e adviria do teor do discurso que o mesmo proferiu, aquando do regresso da 2ª Força Nacional Destacada da República Centro Africana e onde, de acordo com a mesma notícia, “o coronel lembrou
precisamente a investigação às mortes de Hugo Abreu e Dylan Araújo para lançar críticas à classe política, à classe jornalística e até à instituição militar”, lê-se no preâmbulo do requerimento entregue pelos deputados do PSD ao Parlamento.

Chefe do Exército afasta comandante dos Comandos

Em função dos factos conhecidos, os deputados sociais-democratas da comissão de Defesa querem assim saber se o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, tinha conhecimento da decisão do afastamento, e, se tinha, então quais foram as razões invocadas para o justificar. Mais: o PSD quer mesmo saber se os motivos para o afastamento tiveram a ver com o discurso de Pipa Martins sobre a República Centro Africana, onde o coronel lembrou a investigação às mortes de Hugo Abreu e Dylan Araújo para criticar a instituição militar.

“Se as mesmas [declarações] radicarem na referida passagem do discurso do Coronel Pipa Martins entende o Ministério da Defesa que, muito embora havendo um dever de contenção verbal, o caso poderá eventualmente configurar um princípio de delito de opinião?”, perguntam os deputados Pedro Roque, Bruno Vitorino e Luís Pedro Pimentel.

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