As autoridades tailandesas começaram a correr contra o relógio. As chuvas deverão aumentar de intensidade nos próximos dias no norte da Tailândia, pelo que as autoridades acreditam ter um período de entre três a quatro dias para resgatar os 12 rapazes que estão presos numa gruta inundada com o seu treinador de futebol.
Segundo o jornal britânico The Guardian, que tem um correspondente no local, o governador da província de Chiang Rai, Narongsak Osatanakorn, disse este sábado que a operação levada a cabo durante a última noite para drenar a água da zona onde estão os rapazes foi um sucesso.
Porém, a previsão meteorológica aponta para um agravar do tempo nos próximos dias, dando pouco tempo às equipas de resgate para agir, advertiu o mesmo responsável, em declarações citadas pelo jornal inglês.
“[Os próximos] três ou quatro dias a partir de agora são o tempo mais favorável para a operação e a missão de resgate, usando um dos planos de ação. Se esperarmos demasiado tempo, não sabemos quanta chuva virá“, disse Osatanakorn numa conferência de imprensa este sábado.
Há dois fatores que estão a ser tidos em conta pelas equipas de resgate no que toca ao momento de avançar ou não com a operação: a qualidade do ar e o nível de água no interior da gruta.
Relativamente ao oxigénio, na sexta-feira os níveis já tinham descido parta 15% — o valor normal para se manter saudável é de 21%. “Se o nível de oxigénio descer abaixo dos 12%, vai afetar o cérebro das pessoas que estão lá dentro“, explicou.
Também o nível de dióxido de carbono afeta a qualidade do ar dentro da gruta e aumentou consideravelmente com a presença de dezenas de membros das equipas de resgate a trabalhar — e a respirar — dentro da gruta.
Sobre a questão da água, as autoridades admitem que a zona em que os jovens estão refugiados pode também ficar inundada, aumentando a pressão para que o resgate aconteça o mais rapidamente possível.
“A água pode alcançá-los“, admitiu o governador, explicando que dessa forma o espaço disponível para os doze jovens ficaria reduzido a menos de dez metros quadrados.
“A situação perfeita seria sem água, zero, mas isso é impossível porque só acontece em dezembro ou em janeiro”, explicou o responsável. “Excluímos essa hipótese. A segunda melhor é o nível de água ser suficientemente baixo para os tirarmos de lá”, acrescentou.
Caso a qualidade do ar diminua significativamente ou o nível de água aumente, uma decisão vai ser tomada, garantiu o governador. “Estamos numa corrida contra o tempo”, explicou.
Este sábado foram conhecidas cartas trocadas entre os pais e os jovens. Os rapazes pediram aos pais que não se preocupem com eles porque estão bem e os pais garantem que não estão zangados com as crianças. Além disso, numa carta que foi levada pelos mergulhadores, o treinador pediu desculpa aos pais pelo sucedido.