Um incêndio que deflagrou numa zona de floresta e mato na fronteira entre os Estados da Califórnia e do Oregon causou um morto e destruiu múltiplas estruturas que arderam sem controlo, informaram as autoridades na sexta-feira.

Não foram revelados mais detalhes sobre a morte causada pelo incêndio que ameaçou cerca de 300 casas, perto de Hornbrook, uma localidade da Califórnia que acolhe 250 pessoas e que está situada a escassos 22 quilómetros da fronteira com o Oregon.

Neste zona oeste, atingida pela seca, registaram-se cerca de uma dezena de incêndios, agravados por altas temperaturas e ventos cruzados que se devem prolongar durante o fim de semana.

Também no Arizona, Nevada e Utah têm ocorrido incêndios que obrigaram os bombeiros e outras forças de socorro a retirarem centenas de pessoas das suas casas. O Governador da California, Jerry Brown, declarou o estado de emergência, alertando para o perigo do fogo para pessoas e propriedades.

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Em contraste, chuvas ajudaram a apagar incêndios florestais que lavravam no Colorado, onde arderam dezenas de casas. Numa zona montanhosa do Utah, um incêndio destruiu 90 estruturas e forçou mais de 1.100 pessoas a deslocarem-se, mas os bombeiros estão confiantes em controlar o fogo o mais rápido possível.

“Um dia para o livro dos recordes”: elevadas temperaturas provocam fogos e doenças

O sul da Califórnia esteve sob temperaturas que bateram recordes do deserto à orla marítima, com a generalização de números inéditos e condições de seca que provocaram uma série de incêndios.

Os dirigentes estaduais incentivaram as pessoas a aproveitarem a locais frescos e a cuidarem dos mais velhos e dos mais novos, prevenindo que doenças menores relacionadas com o calor podem agravar-se repentinamente.

Os bombeiros trabalharam sob temperaturas extremas, enquanto combatiam vários incêndios, incluindo as chamas destruidoras na comunidade de Alpine, no condado de San Diego, e outras que começaram num incêndio de um camião na estrada Interstate 15, em Cajon Pass, no leste de Los Angeles.

As condições tórridas devem prolongar-se durante sábado, antes de aliviarem um pouco no domingo. O calor está a ser produzido por uma “imensa” concentração de altas pressões, que também está a espalhar condições sufocantes em partes de outros Estados, como Arizona, Nevada e Utah.

“Hoje vai ser um dia para os livros de recordes”, disse fonte do serviço meteorológico antes do nascer do sol, e de facto dentro de algumas horas os recordes começaram a ser batidos.

Na baixa de Los Angeles, eram apenas 10h15 da manhã (18h15 em Lisboa) quando o mercúrio atingiu o recorde estabelecido em 6 de julho de 1992 de 94 graus Fahrenheit (34,4 graus Celsius) e continuou a subir, alcançando os 37,7ºC antes do meio-dia, prosseguindo a sua escalada.

Nos subúrbios de Woodland Hills, em Los Angeles, registaram-se 115 graus Fahrenheit (46,1ºC) ao início da tarde, um pouco abaixo dos 119 graus Fahrenheit que se verificavam, nas proximidades, na comunidade designada Thermal no deserto a sudeste de Palm Springs.

A perturbação da influência moderadora do Oceano Pacífico produziu surpreendentes temperaturas matinais: por exemplo, às três da manhã estavam 36,6ºC em Gaviota, na costa do condado de Santa Barbara, situado 200 quilómetros a oeste de Los Angeles.

Apesar de as praias oferecem algum alívio para condições próximas das de uma fornalha, os meteorologistas preveniram que uma ondulação de sul, do antigo furacão Fabio, pode continuar a combinar com correntes do noroeste e produzir correntes rápidas.

Por outro lado, os residentes nos vales em torno de Los Angeles e no leste da região enfrentam a possibilidade de uma qualidade de ar prejudicial para a saúde. Os reguladores que controlam a poluição do ar avisaram que as condições são propícias à produção de uma inversão atmosférica que aumente o ozono ao nível do chão, o que está associado a problemas respiratórios, que vão das perturbações na inspiração a ataques de asma.