O investimento das empresas deverá aumentar 5,1% este ano, acima dos 3,7% inicialmente previstos, mas abrandando face ao crescimento de 7,3% registado no ano passado, revelou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

“De acordo com as intenções manifestadas pelas empresas no Inquérito de Conjuntura ao Investimento de abril de 2018 (com período de inquirição entre 01 de abril e 28 de junho de 2018), o investimento empresarial em termos nominais deverá aumentar 5,1% em 2018, revendo em alta a expetativa de variação de 3,7% indicada pelo inquérito de outubro de 2017”, informa o INE. Segundo acrescenta, os resultados deste inquérito “apontam ainda para um crescimento nominal de 7,3% do investimento em 2017, revendo também em alta o resultado do inquérito de outubro (5,5%)”.

O indicador de difusão do investimento (percentagem de empresas que refere a realização de investimentos ou a intenção de investir) manteve um “perfil descendente” em 2016, 2017 e 2018, situando-se em 88,9%, 81,2% e 79,1%, respetivamente, mas “a níveis mais elevados” que os do inquérito de outubro (88,5%, 80,2% e 77,2%, pela mesma ordem).

Considerando a dimensão das empresas por escalões de pessoal ao serviço, o INE avança que em 2017 “todos os escalões contribuíram positivamente”, destacando-se as empresas pertencentes ao terceiro escalão (entre 250 e 499 pessoas ao serviço) que, com um crescimento de 14,8%, registaram o contributo positivo mais significativo (2,2 pontos percentuais) para a variação do investimento em 2017″.

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As empresas do quarto escalão (500 ou mais pessoas ao serviço) tiveram um contributo positivo de 6,3 pontos percentuais para o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em 2018, em resultado de uma variação de 16,5%, seguindo-se o contributo de 1,0 pontos percentuais das empresas do terceiro escalão, resultante do aumento de 6,3%.

Em sentido oposto evoluíram as empresas do primeiro escalão (menos de 50 pessoas ao serviço) e do segundo escalão (entre 50 e 249 pessoas ao serviço), que apresentaram contributos negativos (0,7 e 1,5 pontos percentuais, respetivamente), em resultado da redução do investimento em 2,8% e 6,9%, pela mesma ordem.

O INE atribui a desaceleração do investimento empresarial entre 2017 (7,3%) e 2018 (5,1%) sobretudo à evolução nas empresas pertencentes ao segundo escalão de pessoal ao serviço, que passam de um contributo de 1,7 pontos percentuais em 2017 para -1,5 pontos percentuais em 2018, refletindo taxas de variação de 7,9% e -6,9% em 2017 e 2018, respetivamente.

Nas empresas mais exportadoras da indústria transformadora, estima-se que o investimento tenha aumentado 10,2% em 2017, um crescimento menos intenso que o do conjunto das empresas desta secção (variação de 10,8%) e mais intenso que o registado para o total das empresas (7,3%).

Para 2018, o INE perspetiva para as empresas exportadoras um aumento de 6,7% do investimento, mais intenso do que o aumento de 4,7% previsto para o conjunto das empresas da secção de indústrias transformadoras.

Numa análise por atividade económica, verifica-se que em 2017 o aumento da FBCF empresarial (7,3%) deveu-se ao contributo positivo de sete das 13 secções de atividade económica inquiridas, destacando-se os “contributos positivos mais acentuados” das secções de indústrias transformadoras e de comércio por grosso e a retalho (3,2 pontos percentuais) e de reparação de veículos automóveis e motociclos (2,2 pontos percentuais), em resultado de crescimentos de 10,8% e 15,9%, respetivamente. Já a secção de eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio destacou-se com o contributo negativo mais acentuado para a variação do investimento em 2017 (contributo de -1,4 pontos percentuais e decréscimo de -16,8% do investimento).

Em 2018, ano para o qual está previsto um crescimento de 5,1% do investimento, os resultados apontam para que sete das 13 secções apresentem taxas de variação positivas da FBCF empresarial.