A Ryanair nega que haja tripulantes de cabine obrigados a comprar água a bordo dos aviões. Num comunicado enviado ao Observador na sequência de um artigo publicado este sábado em que são referidas denúncias da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes ao jornal irlandês Irish Times relativas a este assunto, a companhia aérea destacou que os tripulantes dispõem de “água completamente gratuita”.

“Os nossos tripulantes de cabine não são ‘obrigados a comprar água’ e não ‘trabalham em condições de desidratação’. As salas de tripulação nos aeroportos dispõem de água completamente gratuita e os tripulantes podem levar a bordo a quantidade que desejarem”, disse fonte oficial da Ryanair ao Observador.

Ryanair. Se tiverem sede, tripulantes têm de comprar a própria garrafa de água a bordo do avião

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A mesma fonte oficial acrescentou que as exigências dos tripulantes, que este mês se preparam para uma greve à escala europeia nos dias 25 e 26 de julho, “não têm sentido, uma vez que a tripulação da Ryanair já usufrui de” uma série de condições, incluindo “salário até €40.000 por ano, mais do dobro do ‘salário digno'”.

Os tripulantes da Ryanair têm também um “horário de trabalho fixo com 5 dias de trabalho/3 dias de folga”, o que significa ter “um fim-de-semana prolongado todas as semanas”, diz a mesma fonte, sublinhando que os tripulantes “não podem voar mais de 900 horas por ano”, por ser proibido por lei. Isto dá “uma média de 18 horas por semana”, diz a companhia.

Segundo a Ryanair, os tripulantes têm “horários de trabalho que excedem os requisitos mínimos estabelecidos pela EASA (Agência Europeia para a Segurança da Aviação)”, recebem “formação gratuita”, têm direito a “baixa por doença paga e subsídio anual para uniforme (€400)”, além de receberem “incentivos para vendas a bordo premiados com bónus líderes de indústria (10%)” e “férias pagas e sem vencimento”.

“A Ryanair já está em negociações extensivas com sindicatos nacionais de tripulantes de cabine por toda a Europa, durante as quais estes e outros temas têm vindo a ser negociados, sendo que já concluímos acordos no Reino Unido e Itália”, reiterou a companhia aérea.