O e-Racer foi uma das surpresas que a Seat reservou para o Salão Automóvel de Genebra, que decorreu na cidade suíça em Março. A outra surpresa foi a apresentação da nova marca Cupra, que até então denominava a versão mais desportiva de alguns dos modelos do construtor espanhol, que assim passava a construtor independente, sendo o e-Racer um dos primeiros a envergar o símbolo da nova marca controlada pela Seat.

Com o objectivo de lançar as bases para uma nova disciplina de competição automóvel, a E-TCR (Electric Touring Car Races) – em que a Seat é exímia, uma vez que foi igualmente ela a criar as fundações para aquilo que é hoje o WTCC, quando organizou um troféu monomarca com o Leon –, o e-Racer rumou agora à Croácia, onde nos arredores de Zagreb iria provar que está apto a servir de base para uma utilização em pista.

O Cupra e-Racer é um modelo bastante diferente dos que a Seat – e a Cupra – produzem hoje em dia, uma vez que para alojar as baterias e os motores eléctricos, substancialmente mais compactos e potentes, tem de utilizar uma plataforma distinta, muito provavelmente a mesma que todo o Grupo Volkswagen está a desenvolver para os automóveis mais amigos do ambiente que, a partir de 2019, vão começar a ser introduzidos no mercado.

De aspecto exterior similar ao Seat Leon, o Cupra e-Racer monta quatro motores eléctricos que somam 680 cv, não à frente como o Leon com motores de combustão, mas atrás. A alimentá-lo está um pack de baterias cuja capacidade a Seat não divulga, afirmando apenas que equivale a cerca de 9.000 baterias de telemóvel, o que deverá corresponder a qualquer coisa entre 40 e 50 kWh. De todas as formas, com os cerca de 300 kg de baterias colocados em baixo, entre os eixos e o motor posicionado em cima do eixo posterior, o e-Racer tem uma distribuição de massas em que 60% incide sobre as rodas traseiras, bem ao contrário do que acontece com as versões a gasolina e diesel do Leon, que colocam aí apenas 40%. Isto torna o carro muito mais equilibrado, e por tabela rápido, com menos tendência para arrastar a frente nas curvas.

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Apesar de ser mais pesado, devido à presença das baterias, o e-Racer anuncia-se como o Seat mais rápido de sempre, com os seus 680 cv – curiosamente a mesma potência que a Audi e a Porsche anunciam para as versões mais possantes dos e-Tron e do Taycan, respectivamente – a serem capazes de lhe garantir o ultrapassar da barreira dos 100 km/h em 3,2 segundos, para depois fazer o mesmo com os 200 km/h ao fim de somente 8,2 segundos, anunciando uma velocidade máxima de 270 km/h. Além de certificar a eficácia do comportamento, o teste servirá igualmente para verificar a capacidade de refrigeração das baterias ao lidar com uma utilização intensiva, com acelerações bruscas e o fornecimento de energia a um motor com quase sete centenas de cavalos.

Para o responsável pela Investigação e Desenvolvimento da Seat, Matthias Rabe, “a Cupra é uma marca que tem na competição um dos seus pilares e o e-Racer vai permitir-nos elevar a competição a um outro nível”. Simultaneamente, provando o potencial dos veículos eléctricos desportivos até mesmo nas condições mais difíceis, o que acontece a pouco mais de um ano das primeiras unidades das novas gerações de modelos alimentado por baterias chegarem ao mercado. Notável é também que seja a Seat a revelar a agilidade e o potencial tecnológico para levar a cabo este desenvolvimento, ela que se prepara igualmente para lançar a sua gama de carros 100% eléctricos.