Superstições há muitas e os balneários das equipas de futebol são um bom local para encontrar rituais que ajudem na hora de entrar dentro do campo e ganhar o jogo. Esta quarta-feira, a Inglaterra vai jogar com a Croácia a meia-final do Campeonato do Mundo, 28 anos depois da última presença nesta fase da prova (1990, contra a Alemanha), mas Dele Alli já começou a preparação (leia-se superstições) esta noite, tomando um banho de gelo de oito minutos. Além disso, o médio do Tottenham usa as mesmas caneleiras desde os 11 anos e quando se estiver a equipar no balneário do Estádio Luzhniki, em Moscovo, vai calçar a meia do pé direito antes da do pé esquerdo. Curiosamente, há um jogador que estará do outro lado que tem um ritual parecido. Ivan Rakitic, médio croata que atua no Barcelona, tem por hábito calçar a meia e a bota do pé esquerdo antes de fazer o mesmo no pé direito.

Voltando a Dele Alli, quem esteja a acompanhar o Mundial com mais atenção já terá reparado que o jogador inglês usa uma fita à volta do joelho esquerdo, que também já tem usado em jogos do Tottenham. Não que precise dela de momento, mas a superstição assim o dita: “Não gosto de tirar a fita. Tirei no jogo contra a Tunísia pela primeira vez em muitos anos e lesionei-me. Por isso vou mantê-la agora. É um bocado louco, mas eu sou assim supersticioso”, admitiu.

No jogo contra a Tunísia o jogador sofreu um problema físico que o obrigou a falhar os dois jogos seguintes da fase de grupos, contra o Panamá e a Bélgica. Voltou no jogo dos oitavos de final, contra a Colômbia. No encontro dos quartos de final, contra a Suécia, marcou o segundo golo da seleção dos Três Leões, depois do 1-0 apontado por Maguire.

Dele Alli usa uma fita no joelho esquerdo apesar de não ter qualquer problema que obrigue a isso (Photo by Clive Rose/Getty Images)

No entanto, o mundo do futebol está cheio de outros rituais curiosos, desde o já famoso entrar no campo com o pé direito até outros que envolvem urinóis, pastilhas ou que obrigam mesmo um jogador a chegar atrasado à segunda parte do jogo.

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John Terry e a espera pelo urinol da sorte

John Terry é um ídolo dos adeptos do Chelsea, apesar de atualmente estar sem cube depois de ter passado a última época no Aston Villa (a imprensa escocesa desta terça-feira diz que o Celtic de Glasgow é o clube melhor posicionado no sentido de garantir a contratação do defesa para a próxima época). Adiante, o jogador que brilhou em Londres tinha várias superstições.

Uma era sentar-se sempre no mesmo lugar no autocarro quando a equipa viajava para o estádio, mas a mais curiosa será talvez a que envolve um urinol de Stamford Bridge: diz-se que John Terry gostava de usar sempre o mesmo urinol antes do jogo e se esse estivesse ocupado ele esperava… mesmo que todos os outros estivessem livres.

Olha a pastilha, Cruyff!

Uma das lendas do futebol holandês e mundial, Johan Cruyff, também tinha as suas manias. O médio ofensivo/avançado tinha o hábito de dar palmadas no estômago do guarda-redes Gert Bals antes dos jogos quando os dois estavam no Ajax. Além disso, cuspia sempre uma pastilha elástica para o campo do adversário antes do apito inicial. Diz-se que o jogador se esqueceu desse ritual na final da Taça dos Campeões Europeus de 1969. Resultado: o Ajax perdeu com o AC Milan por 4-1.

Cruyff foi um dos maiores génios do futebol mundial mas também tinha as suas superstições antes dos jogos (STF/AFP/Getty Images)

Os calções de Bobby Moore

Bobby Moore, capitão da seleção inglesa nos anos 60 e 70, gostava de ser o último jogador da equipa a vestir os calções antes dos jogos. Um dia, o colega de equipa na seleção e no West Ham, Martin Peters, decidiu fazer uma maldade: quando Bobby Moore finalmente vestiu os calções, Peters tirou os seus. Mas Moore não se deixou ficar: despiu também ele os calções e esperou até que o colega voltasse a vestir-se, para garantir que era mesmo o último.

O atraso de Kolo Touré

Há jogadores que gostam de ser os últimos a entrar em campo e Kolo Touré era um desses jogadores. Uma vez, num encontro dos oitavos de final da Liga dos Campeões de 2009, o então jogador do Arsenal chegou atrasado à segunda parte porque ficou à espera que o companheiro William Gallas entrasse antes dele. Como “bónus”, ainda recebeu um cartão amarelo por ter entrado sem autorização do árbitro com o jogo a decorrer.