Depois de ter anunciado no fim de semana que não iria permitir o desembarque a mais navios com refugiados a bordo, Itália impediu pela primeira vez um navio italiano nestas circunstâncias de atracar nos portos do país.

O Vos Thalassa resgatou 66 migrantes do Mediterrâneo na sequência de um pedido de socorro. A autorização para atracar terá sido negada pelo novo Ministro do Interior.

Matteo Salvini tomou posse no dia 1 de junho de 2018. Líder do partido da extrema-direita, nacionalista e anti-imigração, Salvini prometeu acabar com todas as entradas de migrantes pela via marítima. Segundo a AFP, o ministro acusou os navios das ONGs de estarem a auxiliar as redes de tráfico humano a trazer migrantes para a Europa.

Os migrantes foram entretanto transferidos para uma embarcação da guarda-costeira italiana.

Este tem sido um assunto prioritário para o novo governo de coligação à frente do país. Desde junho, quando tomou posse o novo executivo, que Itália já recusou a entrada a várias embarcações.

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Os casos mais mediáticos ocorreram no mês passado quando o país fechou os seus portos às embarcações norueguesa Aquarius (108 migrantes a bordo) e alemã Lifeline (com 230 migrantes a bordo). O cargueiro norueguês acabou por ser autorizado a atracar no porto italiano de Pozzalo, após três dias de espera, mas o navio alemão desembarcou em Malta, depois de seis dias a aguardar autorização. O governo maltês tinha inicialmente fechado os portos à embarcação, mas acabou por reconsiderar quando conseguiu um acordo para repartir os refugiados por oito estados da União Europeia, entre os quais Portugal.

Cargueiro dinamarquês com 108 migrantes autorizado atracar em Itália

Navio Lifeline chegou ao porto de La Valeta