“Os povos angolano e português têm interesse em que as relações entre Portugal e Angola atinjam um nível que possa dinamizar a cooperação económica entre os dois países”, lê-se no Jornal de Angola desta quarta-feira. Parece que os dois países “têm tudo” para avançar para “uma relação de amor e não mais de ódio”. O editorial aborda as reuniões mantidas esta semana entre o ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto, e António Costa, em Portugal.

Ao mesmo tempo que recorda que “os portugueses têm empresas em Angola” e que os “angolanos têm capitais aplicados em Portugal”, o jornal sublinha que “é por isso do interesse dos empresários de ambos os países que haja boas relações políticas e diplomáticas entre Angola e Portugal”, para “impulsionar, por exemplo, as relações comerciais”.

Angola e Portugal têm tudo para estabelecer exclusiva e definitivamente uma relação de amor e não mais de ódio. Angola e Portugal têm condições para se constituírem num bom exemplo de cooperação, na base do respeito mútuo”, lê-se no mesmo editorial.

Aliás, o primeiro-ministro português reforça a ideia numa publicação feita no Twitter. “Recebi o ministro das Relações Exteriores de Angola num momento auspicioso para o relacionamento entre os nossos países com o retomar das visitas de alto nível. A minha visita a Angola renovará o dinamismo dos laços que unem Portugal e Angola, os nossos povos e as empresas”, escreveu.

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O primeiro-ministro, António Costa, visita Angola a 17 e 18 de setembro. O anúncio foi feito em Bruxelas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Augusto Santos Silva. Em Luanda, precisou Santos Silva, Costa irá reunir-se com o Presidente da República de Angola, João Lourenço. A visita, segundo o ministro, terá “uma componente económica muito importante porque o relacionamento comercial e em termos de investimentos recíprocos de Portugal e de Angola é muito intenso”.

No editorial, publicado antes do anúncio destas datas, lê-se que as autoridades angolanas e portuguesas “compreenderam, no interesse dos seus povos e países, que era tempo de erradicar obstáculos a uma boa convivência”, o que acontece “numa conjuntura mundial que requer muito diálogo, tendo em conta que há muitos problemas que exigem o empenho de países de diferentes continentes”.

O desanuviamento das relações entre Angola e Portugal surge depois da transferência do processo Operação Fizz, em torno do ex-vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, sobre suspeitas de corrupção, como era pretensão do Governo angolano.