Se o Nissan Leaf se impõe como o líder mundial entre os veículos eléctricos, o Renault Zoe é, desde 2015, o eléctrico mais vendido na Europa. Sucede que, por um lado, o rival nipónico está cada vez mais forte – e a prova disso é que, em Maio, destronou o Zoe nos mercados europeus, de acordo com os dados da Jato Dynamics. Por outro lado, a procura por soluções de mobilidade zero emissões tem vindo a aumentar, o que leva a Renault a afinar a sua estratégia e a querer ser mais rápida na resposta a essa crescente procura. Razão pela qual a marca do losango vai aproveitar a paragem em Agosto na fábrica de Flins, de modo a ajustá-la a uma nova meta de produção: das 220 unidades diárias, a intenção é passar para 440 Zoe. O dobro.

Em 2017, saíram da linha francesa 30 mil Zoe, cerca de 63 mil Clio e cerca de 94 mil Nissan Micra. Considerando o anunciado incremento para o último trimestre, é expectável que já este ano a produção anual do eléctrico gaulês atinja as 40 mil unidades. Número que, em 2019, saltará para as 60 mil unidades – ou seja, quase tanto como a produção de Clio, naquela mesma fábrica, há dois anos. A propósito, Bursa (Turquia) e Novo Mesto (Eslovénia) concentrarão o fabrico do utilitário francês, que é líder de vendas no seu segmento, compensando a redução de Flins.

Com estas alterações, o construtor gaulês prepara-se para a introdução da segunda geração do eléctrico, que estreou entre nós em 2012 e, em 2016, recebeu uma importante renovação a nível de baterias, passando de acumuladores de 22 kWh para 41 kWh de capacidade, o que lhe permitiu homologar 400 km de autonomia no antigo ciclo NEDC, o que equivalerá a qualquer coisa como 300 km em condições reais. O maior alcance, aliado ao facto de ter uma estética consensual – longe dos devaneios tipo nave espacial em que alguns fabricantes embarcam – torna o Zoe uma alternativa interessante para quem quer deslocar-se com custos reduzidos e… zero emissões. Daí que o mais certo é que, mais do que a estética, a nova geração procure diferenciar-se da concorrência no domínio técnico, sobretudo tempo de carregamento (inferior) e autonomia (superior). Tanto mais que, recorde-se, o próximo ano é também o da entrada em cena do I.D. Neo, o primeiro modelo da nova família eléctrica da Volkswagen.

Certo é que a Renault parece acreditar que as vendas de veículos eléctricos vão disparar. Daí que, em Cléon, a marca francesa planeie triplicar a produção de motores eléctricos próprios (haja baterias para alimentá-los). Recorde-se que a Renault ainda recorre a motores da Continental para as versões do Zoe com carga rápida a 50 kW, contra 22 kW dos restantes, que por sua vez são mais rápidos a recarregar a 7 kW nas tomadas lá de casa.

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