Nenhum dos 34 arguidos do processo Hells Angels quis prestar declarações este sábado perante a juíza de instrução criminal em Lisboa. Segundo fontes da defesa à Lusa, já só faltam ser ouvidos quatro arguidos, que estão marcados para este domingo, mas dois deles manifestaram vontade em falar.

Recorde-se que do total de 58 detidos, 20 já tinham sido ouvidos na sexta-feira. E um 59.º está detido na Alemanha. Todos eles foram primeiro identificados — uma vez que a lei prevê que essa identificação seja feita nas 48 horas seguintes à sua detenção. Este sábado, os 15 arguidos que foram ouvidos de manhã e os 19 que foram levados à juíza à tarde recusaram adiantar qualquer pormenor sobre a sua vida nos Hells Angels.

Os 59 suspeitos foram detidos numa megaoperação levada a cabo de norte a sul do País, na última quarta-feira, por suspeitas de associação criminosa, tentativa de homicídio, roubo, ofensa à integridade física e tráfico de droga.

Fonte do tribunal adiantou aos jornalistas, no entanto, que ainda não ficou definido se será também no domingo que terá início a fase de promoção das medidas de coação, por parte do MP, “estando dependente do desenrolar dos trabalhos”.

Por outro lado, alguns advogados colocaram a possibilidade de as medidas de coação só virem a ser conhecidas na terça-feira e disseram estar inclinados para que essas medidas sejam privativas da liberdade, tendo em conta as concentrações de motociclistas que se realizam este mês em Faro e em agosto em Góis.

A investigação do caso dos Hells Angels foi coordenada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal e levada a cabo pela Unidade Nacional Contraterrorismo da Polícia Judiciária.

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