Uma mulher foi encontrada viva no fundo de um penhasco em Big Sur, na Califórnia, depois de ter estado desaparecida durante uma semana. Angela Hernandez, de 23 anos, sobreviveu nos destroços do seu SUV ao utilizar a mangueira do radiador do carro para beber água.
A jovem, natural de Portland, foi encontrada na sexta-feira quando um casal reparou nos destroços ao fundo do penhasco e decidiu alertar as autoridades, avançou o porta-voz do Gabinete do Xerife do Condado de Monterey, John Thornburg, citado pela CNN. Angela Hernandez ficou com ferimentos no ombro, mas foi capaz de andar e falar, acrescentou o porta-voz. O alerta do desaparecimento foi dado no dia 6 de julho, quando a jovem deixou de dar notícias à família.
Hernandez estava a caminho de Lancaster, no sul da Califórnia, para visitar a irmã, quando teve de fazer um desvio repentino para evitar atropelar um animal na estrada e acabou por cair do penhasco. O panfleto do seu desaparecimento informa que por volta das 22h do dia 5 de julho Angela enviou uma mensagem à família a dizer que estaria cansada e iria parar o carro num parque de estacionamento para dormir. No dia seguinte, às 8h da manhã voltou a contactar a família a informar que continuava em viagem. De seguida, não surgiram mais notícias.
As buscas não foram fáceis: as autoridades apanharam alguns dias com nevoeiro, o que dificultou o trabalho com meios aéreos, disse o departamento do xerife no Twitter, acrescentando que o veículo terá caído entre 46 a 60 metros abaixo do penhasco e ficou parcialmente submerso. Hernandez conseguiu sair do carro, mas ficou presa numa área rochosa que era inacessível.
Angela is on her way to the hospital. pic.twitter.com/xwH9tBG3ji
— Monterey Co Sheriff (@MCoSheriff) July 14, 2018
“Geralmente é a queda que provoca a morte, outras vezes é a água do penhasco, a Angela teve a sorte de sobreviver a ambos”, disse Thornburg. Em declarações à KGO, a irmã de Angela, Isabel Hernandez, agradeceu a todos os que não desistiram que procurar pela sua irmã. “Nós só queremos agradecer a todos. Ajudaram muito”. “Estamos no sétimo dia e vocês ajudaram-nos a ultrapassar tudo isto e a Angela não teria ficado bem sem vocês”, acrescentou.
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Angela Hernandez já contou a sua história nas redes sociais. “Eu não vi nada além de pedras, o oceano e um penhasco que eu sabia que nunca seria capaz de olhar. Podia ver meu carro não muito longe de mim, meio lavado na praia com o tecto arrancado dele. Olhei para os meus pés e vi que meus sapatos tinham desaparecido”, contou a jovem, acrescentando que “andava de cima para baixo na praia à procura de outro ser humano” e que “subia nas rochas para evitar a areia afiada, andava ao longo da costa para evitar as pedras quentes, e o ar lutava com minúsculos caranguejos”.