Usain Bolt é o homem mais rápido do mundo, oito vezes medalha de ouro nos Jogos Olímpicos e detém os recordes do mundo nos 100 e 200 metros, bem como nos 4×100 metros estafetas. Aos 31 anos, o jamaicano é uma figura incontornável do desporto mundial e, depois de ter abandonado as pistas há cerca de um ano, prepara-se agora para abraçar aquele que é um assumido desejo de longa data: ser jogador de futebol.

Lightning Bolt (relâmpago, em português) prepara-se para assinar um contrato de seis semanas que lhe permitirá realizar testes no Central Coast Mariners, um pequeno clube dos arredores de Sidney. Se tudo correr bem, está previsto que o jamaicano assine um contrato de longa duração com a equipa australiana, a partir de outubro, oficializando assim a ligação de Bolt ao clube e ao mundo do futebol.

Mas a relação do jamaicano com o futebol não é de hoje e, ainda antes de tomar o atletismo de assalto, já Bolt dava os primeiros pontapés na bola. Jogou em criança, cresceu e, depois de se retirar, foi atrás do sonho que faltava cumprir. Foi notícia pelos testes realizados no Borussia Dortmund, na Alemanha, e nos noruegueses do Stromsgodset, mas ainda era cedo para dar o salto. Em Dortmund disseram-lhe que precisava de melhorar; não foi de modas e rapidamente se tornou capitão de uma equipa… de solidariedade: foi em Junho que Bolt capitaneou uma equipa de antigos futebolistas, em pleno Old Trafford, no jogo de caridade ‘Soccer Aid’, da UNICEF.

Deixou o atletismo, dedicou-se ao poker e vai ser futebolista por um dia: Bolt vai participar em jogo de caridade

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Agora, Usain Bolt pretende pegar nas experiências passadas para ter sucesso nesta nova aventura por terras australianas. Situado na cidade de Gosborg, o Central Coast Mariners é considerado o clube mais pequeno do país. Última classificada na edição passada da A-League (campeonato australiano), a formação dos Mariners está a passar por uma autêntica revolução, com novos jogadores e equipa técnica a chegarem aos quadros do clube. Usain Bolt é, sem sombra de dúvidas, o nome em destaque nesta política de contratações e surge depois de a equipa australiana ter falhado a aquisição do espanhol Fernando Torres, que seguiu para o Sagan Tosu, do Japão.

Depois de a A-League ter contado com estrelas europeias em final de carreira, como os casos de Alessandro Del Piero, David Villa ou Robbie Fowler, Usain Bolt chega ao campeonato australiano como atleta, mas principalmente como um golpe de marketing tremendo. É de esperar que a aquisição do jamaicano coloque os olhos nacionais e internacionais em cima dos Mariners e da prestação de Bolt, que garante levar a sério este novo desafio. “Para mim, é um assunto sério”, admitiu em declarações ao Herald Sun, acrescentando: “Todos pensam que estou a brincar, mas estou a falar a sério”.

O futebol não é novidade para o recordista dos 100, 200 e 4 x 100 metros estafetas: depois de experiências na Alemanha e Noruega, segue-se Austrália (Créditos: Getty Images)

O diretor executivo dos Central Coast, Shaun Mielekamp, mostra-se confiante na prestação de Bolt. “Acreditamos que a A-League está ao nível certo para ele mostrar as suas qualidades como futebolista”, explica Shaun Mielekamp, abordando a relação do jamaicano com a Austrália: “Tem uma ligação de afinidade com o nosso país. Já cá esteve muitas vezes e adora”.

Também esta semana, os Mariners anunciaram a contratação de um novo diretor desportivo, Mike Phelan, ex-treinador e jogador que passou grande parte da carreira no Manchester United. Entre outras coisas, Phelan terá a missão de supervisionar o período de testes de Bolt. “Está a acontecer uma verdadeira revolução no clube”, atirou Mielekamp.