Who the Fuck is Zé Pedro?

21h, palco Super Bock

A lista de músicos envolvidos na homenagem ao antigo guitarrista dos Xutos & Pontapés é impressionante. No concerto, com direção artística de Tim e Fred Ferreira (filho de Kalú), haverá uma banda formada por António Reis Colaço, João Nascimento, Joel Cabeleira, Marco Nunes, Sebastião e Vicente Santos e Fred Ferreira, todos eles músicos e familiares dos membros dos Xutos & Pontapés. À banda juntar-se-ão muitos convidados, como Manel Cruz (ex-Ornatos Violeta), Tomás Wallenstein (Capitão Fausto), Jorge Palma com a banda Palma’s Gang (em que esteve Zé Pedro, mas também Kalú, Alex Cortez e Flak), Rui Reininho e ainda Tó Trips com os Ladrões de Tempo — mais uma banda em que Zé Pedro esteve envolvido, com o guitarrista dos Dead Combo e com Samuel Palitos, Paulo Franco e Dony Bettencourt. Carlão (ex-Da Weasel), Manuela Azevedo (Clã), Paulo Gonzo e João Pedro Pais são alguns artistas que também vão evocar Zé Pedro em palco. Pouco se sabe sobre o concerto, mas espera-se uma homenagem sentida ao autor de “Submissão” e “Não Sou o Único”, menos de um ano depois da sua morte.

Filipe Sambado / Lee Fields & the Expressions

21h, palco LG / 21h15, palco EDP

Aqui, a escolha é difícil, pelo que o melhor talvez seja ouvir um bocadinho de cada concerto. Comecemos por Filipe Sambado. Se Vida Salgada foi o disco que começou a apresentar o músico ao público português, o novo Filipe Sambado & Os Acompanhantes de Luxo (editado no final do primeiro trimestre deste ano) firmou-o em definitivo no segmento indie. Mais expansivo, em alguns momentos próximos do rock, é um álbum menos a solo e mais de banda. Sambado mantém a escrita satírica, urbana, descomplexada, mas musicalmente deu passos em frente. Será um excelente aquecimento para o concerto seguinte.

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Os Acompanhantes de Luxo de Filipe Sambado estão a chegar e este é o primeiro vídeo

E esse concerto é o de Lee Fields & the Expressions. “Mas o Lee Fields ainda canta ao vivo?”, perguntarão alguns. Canta e não é pouco. Soulman de exceção, o cantor tem uma carreira consolidada de mais de 40 anos. Com os The Expressions, banda que o sabe acompanhar como poucas conseguiriam, Lee Fields continua a soltar aquela voz profunda, da melhor tradição James Brown, Curtis Mayfield e por aí fora. A julgar pelos concertos mais ou menos recentes que se podem encontram na internet, a voz está em plena forma, a banda está muito bem oleada e Lee Fields, que alguns consideram a última referência da soul e gospel em especial face às mortes recentes de Charles Bradley e Sharon Jones, fará do palco EDP um sítio pequeno para um vozeirão inesquecível.

The XX

23h15, palco Super Bock

Os The XX começam a tornar-se gente muito cá de casa. Depois da estreia em dose dupla no ano de 2010 — na Aula Magna, em Lisboa e na Casa da Música, no Porto –, já atuaram mais quatro vezes em Portugal. Isto tirando da equação as atuações de Jamie XX (membro da banda) a solo, que ainda há umas semanas evidenciou-se no NOS Primavera Sound, no Porto. Depois de apresentarem I See You, o terceiro álbum, no NOS Alive, no verão passado, a banda é um dos grandes destaques do primeiro dia desta edição do Super Bock Super Rock. Não há propriamente grandes novidades face aos concertos anteriores, mas a melancolia das canções, as harmonias de voz de Romy Croft e Oliver Sim e êxitos como “Angels”, “Intro” e “Crystalised” continuam a chamar muita gente.

Justice

1h10, palco Super Bock Super Rock

Para encerrar o palco principal do festival na primeira noite, a organização optou pela música eletrónica dos Justice. Uma escolha algo estranha tendo em conta que o último álbum do duo, Woman (editado em 2016), passou ao lado de quase todas as habituais listas do ano, desde a dos álbuns mais ouvidos à dos álbuns de eleição da crítica. Apesar do timing não ser o mais interessante para os ouvir, êxitos como “D.A.N.C.E.” e “Genesis” (do álbum de estreia Cross, ou , que os lançou com grande destaque em 2007) continuam a manter algum culto à volta do duo. O que é mais do que compreensível. Acresce que, a partir da meia-noite, qualquer desculpa é boa para dançar.

Mahalia

1h30, palco Somersby

É o concerto “nós avisámos” do primeiro dia do Super Bock Super Rock. Com apenas 20 anos, Mahalia Burkmar tem tudo para conquistar o mundo da música nos próximos anos e a atuação tardia num palco menor justifica-se apenas por um facto: estando à beira de explodir, ainda não editou qualquer álbum. É por isso uma ótima altura para a ouvir, num concerto que poderá ser recordado daqui a uns anos como o início de um percurso auspicioso. Em novembro passado, a cantora britânica estreou-se em Portugal no festival Vodafone Mexefest. O concerto, na discreta sala Montepio do Cinema São Jorge, provocou uma fila gigante (prova de que há bastante gente atenta ao seu crescimento) e comprovou todos os indícios de que o seu R&B, ancorado numa belíssima voz e numa produção musical cuidada, está destinado a ser ouvido em massa. Desde aí, Mahalia lançou quatro bons singles: “No Pressure”, “Proud of Me”, “No Reply” e “I Whish I Missed My Ex”. Somados aos antigos “Sober” e “Hold On” e ao habitual medley que faz de “Cranes in the Sky” (de Solange Knowles) e “The Weeknd” (de SZA), já permitem um concerto sólido. A não

Songhoy Blues

2h50, palco Somersby

Também com passagem anterior pelo Vodafone Mexefest — que, programado pela empresa que organiza o Super Bock Super Rock (Música no Coração), tem-se revelado uma espécie de laboratório para futuros cartazes do SBSR –, os Songhoy Blues voltam a Portugal num dia de semana e a um horário excessivamente tardio, ainda por cima a uma quinta-feira. É uma pena, até que porque o blues do deserto que a banda do Mali apresentou nos discos Music in Exile e Résistante, aqui e ali com tons mais eletrónicos e funk, é altamente recomendável. Em Portugal, os Songhoy Blues já atuaram também no festival NOS Primavera Sound e no Teatro da Trindade.