Um juiz britânico abriu esta quinta-feira uma investigação à morte de uma mulher exposta ao agente nervoso Novichok, e quando a polícia referiu ter identificado suspeitos num anterior ataque com a mesma substância a um ex-espião russo.

Durante uma audiência que se prolongou por 15 minutos, o juiz de instrução David Ridley relatou os factos relacionados com a morte de Dawn Sturgess, de acordo com as provas recolhidas pela unidade antiterrorista da polícia britânica.

Sturgess, 44 anos, encontrou “dificuldades para respirar” em 30 de junho na residência do seu companheiro, Charlie Rowley, 45 anos, na localidade inglesa de Amesbury”, explicou Ridley.

A mulher foi transferida de ambulância para o hospital Salisbury District e no mesmo dia, mais tarde, Rowley também começou a registar os mesmos sintomas e foi internado na mesma unidade hospitalar.

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Inicialmente, prosseguiu o juiz, a polícia julgou que o casal teria consumido uma dose excessiva de algum tipo de droga, mas depois aperceberam-se que apresentavam sintomas de envenenamento.

Novichok. Agente nervoso que matou mulher britânica encontrado numa garrafa em casa do casal

Os mesmos sintomas que tinham registado dois indivíduos [numa referência ao ex-espião Serguei Skripal e sua filha Yulia] em 4 de março, quando foram internados no mesmo hospital.

O laboratório de Ciência e tecnologia de defesa de Porton Down confirmou que a substância que provocou o envenenamento do casal foi o agente nervoso Novichok, também utilizado no ataque contra os Skripal.

O juiz informou que o corpo de Sturgess foi examinado, mas advertiu que a “causa da morte” apenas será revelada quando existiram “mais provas”.

O corpo de Sturgess foi entregue à sua família para o funeral, e confirmou o prosseguimento do inquérito nos próximos meses. Em paralelo, os ‘media’ locais asseguraram hoje que a polícia britânica identificou vários suspeitos, de nacionalidade russa, como possíveis responsáveis do ataque aos Skripal. Até ao momento, a informação não foi confirmada pela Scotland Yard.