“Mamma Mia: Here We Go Again!”

Dez anos depois do primeiro filme, o realizador mudou – Ol Parker, que também assina o argumento, em vez de Phyllida Lloyd — mas tudo o resto nesta continuação de “Mamma Mia!” é vira o disco e toca o mesmo, ou não fosse fundamental seguir a pauta original para tentar obter o mesmo sucesso nas bilheteiras. Em “Mamma Mia: Here We Go Again!”, Sophie (Amanda Seyfried) está grávida e com dúvidas sobre se conseguirá enfrentar esta nova fase da sua vida. Por isso, as duas melhores amigas da mãe (Meryl Streep), Tanya (Christine Baranski) e Rosie (Julie Walters) contam-lhe tudo sobre a juventude dela, nomeadamente a maneira como Donna conseguiu criar Sophie, com a ajuda da avó desta, Ruby (Cher). Lily James interpreta a jovem Donna, o elenco está recheado de personagens familiares, com algumas caras novas para refrescar, e as canções dos ABBA voltam a fazer as despesas da banda sonora e a levar o filme às costas.

“À Distância”

Um raro filme venezuelano que chega aos nossos cinemas, e com considerável atraso, dado que este “À Distância”, primeira ficção de Lorenzo Vigas, ganhou o Festival de Veneza em 2015 e já foi exibido no IndieLisboa. Em Caracas, um homem que paga a rapazes da rua para se despirem á sua frente, mas sem haver contacto de parte a parte, mete em casa um desses gandulos, apesar dele o ter agredido e assaltado. A relação entre ambos é confusa, ambígua e desajeitada, entre a atracção sexual, a carência afectiva e um sucedâneo enviesado de compensação paternal e filial (o rapaz não tem pai, o homem odeia o seu e é solteiro), o estilo de Vigas é neutro, emocionalmente reservado e elíptico, como que para assegurar ao espectador que não está a passar gato voyeurista-“gay” por lebre psicológico-“social”, e o final da fita é inesperado e difuso, abrindo a porta a duas interpretações diferentes, uma linear, outra rebuscada. Curioso, mas não indispensável.

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“Prece ao Nascer do Dia”

A história real de Billy Moore, um inglês de Liverpool a viver nas margens da legalidade na Tailândia. Billy era um delinquente, toxicodependente e lutador de Muay Thay, a arte marcial tailandesa e desporto nacional do país, e foi parar à penitenciária de Klong Prem, em Bangkok, ironicamente conhecida como “Bangkok Hilton”, um autêntico inferno na terra. E conseguiu sobreviver porque se agarrou ao Muay Thay como única forma de esperança e de ligação à sanidade, conseguindo ser seleccionado para a equipa da prisão e passando a gozar de alguns privilégios. O francês Jean-Stéphane Sauvaire realiza, com base no livro escrito por Billy Moore, interpretado por Joe Cole, o John Shelby da série “Peaky Blinders”. “Prece ao Nascer do Dia” foi escolhido como filme da semana pelo Observador, e pode ler a crítica aqui.