Donald Trump convidou Vladimir Putin para uma cimeira a realizar-se em Washington no outono. As instruções para o convite foram dadas na sequência da cimeira que juntou os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia em Helsínquia, na Finlândia, esta semana. O diretor dos Serviços Secretos norte amerinacdo, Daniel Coats, foi apanhado de surpresa pelo o anúncio, durante uma entrevista televisiva, e nem disfarçou: “Pode repetir?”.

A informação foi avançada pela assessora de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders na rede social Twitter. Os contactos para este novo encontro entre os dois chefes de Estado ainda estão a ser desenvolvidos com a intervenção de John Bolton, o conselheiro de segurança nacional. Putin já esteve no Texas e em Nova Iorque, mas esta poderá ser a sua primeira visita à Casa Branca.

O anúncio surge uma hora depois do Senado liderado pelo Partido Republicano ter censurado o presidente americano por ter considerado o pedido feito por Vladimir Putin para interrogar responsáveis norte-americanos, dando mais força ao desconforto nos Estados Unidos com a relação de Trump com o presidente russo na sequência da cimeira da Finlândia.

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O diretor nacional dos serviços secretos norte-americanos soube desta intenção do presidente Trump quando estava a ser entrevistado, em direto, para a NBC. E a reação foi de indisfarçável surpresa. Daniel Coats começou por pedir à entrevistadora se podia repetir a informação que acabara de dar, sobre a notícia de última hora que chegava via twitter. Depois riu-se, disse que tinha ouvido à primeira, respirou fundo e disse: “Ok, isso vai ser especial”. Coats sublinha que não há nada que aconteça na Rússia que Putin não saiba ou não tenha mesmo ordenado.

O diretor da National Intelligence, um organismo de segurança interna que funciona ao nível do Governo, admitiu ainda desconhecer o que Donald Trump disse a Vladimir Putin.

“Tem razão. Não sei o que aconteceu no encontro”, reconheceu em declarações à cadeia televisiva NBC. Apesar de considerar que o Presidente tem o direito de decidir como pretende conduzir o encontro, sublinha que o teria aconselhado a não o fazer.

Se me tivesse perguntado como deveria ser conduzido, teria sugerido um caminho diferente. Mas esse não é o meu papel, não é a minha função. É o que é”.

Esta segunda-feira, o responsável pelos serviços de informação divulgou um comunicado de suporte á conclusão dos serviços de informação dos Estados Unidos de que a Rússia interferiu nas eleições de 2016 que elegeram Trump. Afirmou ainda que gostaria de ter visto um tom diferente por parte do Presidente dos Estados Unidos na sua “extraordinária” conferência de imprensa com Putin que demorou 46 minutos.

Numa resolução aprovada esta quinta-feira, os senadores apelaram aos Estados Unidos para recusar a possibilidade de responsáveis americanos virem a ser colocados à disposição para eventuais interrogatórios conduzidos pelo Governo de Putin. Minutos antes da votação, que foi esmagadora, Sara Sanders tinha divulgado um comunicado em que era recusada a pretensão russa.

A intenção de convidar o presidente russo é revelada ainda no rescaldo dos ataques de que Trump foi alvo nos Estados Unidos por causa da relação amistosa que mostrou para com Vladimir Putin e por ter considerado que a Rússia já não era uma ameaça, contrariando a posição das agências de segurança americanas.

Três dias de contradições de Trump sobre a Rússia. Da dupla negativa ao “não” que não era “não”

Artigo atualizado com a informação relativa à reação do diretor dos serviços secretos norte-americanos