Fez revolução nos anos 90 ao criar coleções com nomes como “Jack The Ripper Stalks His Victims” e “Highland Rape” e insistia que o seu trabalho refletia a brutalidade que existia no mundo. O homem que acreditava que o seu dever era criar um impacto na consciência do público com as peças que criava suicidou-se em 2010.

“McQueen” é o documentário que retrata agora a vida do estilista britânico Alexander McQueen. Da infância ao enfant terrible da moda, o filme, dirigido por Peter Ettedgui e Ian Bonhôte, segue a vida do estilista de forma cronológica e foca-se sobretudo na sua evolução enquanto artista. Estreia-se em Portugal ainda em 2018 e está dividido em cinco capítulos.

[O trailer de “McQueen” pode ser visto abaixo]

Ninguém descobriu o Alexander McQueen. McQueen descobriu-se a si próprio” é a primeira frase que se ouve no trailer que conta já com mais de um milhão de visualizações. Quem o diz é um amigo próximo a propósito da sua primeira mentora, Isabella Blow, que o fez abandonar o seu primeiro nome, Lee — para ficar apenas Alexander McQueen — e a quem é muitas vezes atribuída a descoberta do estilista.

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Antes de ganhar visibilidade enquanto designer da Givenchy e de lançar a própria marca, McQueen adivinhava uma carreira na moda. “Não era muito bom na escola, em criança estava sempre a desenhar roupas“, diz McQueen numa entrevista de arquivo que foi recuperada. Os amigos e familiares descrevem-no como tendo sido “uma criança muito feliz” e “apaixonada”.

É certo que no documentário nada é dito sobre o seu companheiro, George Forsyth, mas surge por exemplo uma imagem que remete para o facto de o estilista ter sido abusado sexualmente enquanto criança pelo marido da irmã, lê-se na Rolling Stone.

Um dos entrevistados diz que “a escuridão criou o génio” e que “ninguém consegue criar emoções como o  McQueen“. São assim descritos o trabalho e criatividade do estilista, que era, na verdade, muito mais que isso. Nas passerelles, apostava tudo e as performances eram autênticos espetáculos que ficaram na memória de quem os viu. E é isso mesmo que mostra o filme: desfiles que falam por si e que contam uma história mais emocionante do que qualquer detalhe biográfico.

O homem que pensava “que todo o sistema estava contra ele” chegou a dizer que se via como uma gazela e que “a gazela é sempre comida”. Como escreve o site Indie Wire, da mesma maneira que Versace, Dior ou Galliano, McQueen só precisa de um nome.