O deputado do PSD Carlos Abreu Amorim foi alvo de várias críticas após ter feito uma comparação entre os incêndios dos últimos dias na Grécia e os incêndios que assolaram Portugal em 2017. Na sua página pessoal no Facebook, Abreu Amorim escreveu: “Em 2011, imitámos a bancarrota grega de 2010. Agora são os gregos que nos seguem na tragédia assassina dos incêndios descontrolados — muitas dezenas de mortos, autoridades a agirem sem tom nem som, populações abandonadas, enfim…” O deputado foi prontamente acusado de aproveitamento político por deputados de outras forças políticas. Em declarações ao Observador, Abreu Amorim explica que apenas fez um “paralelismo” e que “não se tratou de nenhum aproveitamento político”.
Na mesma publicação, Carlos Abreu Amorim acrescentava: “Portugal não é a Grécia, dizia-se, e foi verdade durante alguns anos. Agora é mais difícil não voltar a reconhecer semelhanças indesejáveis.”
Carlos Abreu Amorim, em declarações ao Observador, justifica esta polémica com a entrada na “silly season” e explica que não “quis fazer aproveitamento político nenhum”, mas apenas “estabelecer um paralelismo” entre a situação portuguesa e a grega, alegando que várias outras pessoas o fizeram.
Deputados de outros partidos rapidamente criticaram as palavras de Carlos Abreu Amorim. A deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua acusou o deputado social-democrata de “fazer demagogia barata com a tragédia de um povo”.
A deputada socialista Isabel Moreira também comentou o post de Abreu Amorim, dizendo que “é impossível descer mais baixo”.
No Twitter, o deputado socialista André Pinotes Batista foi mais subtil e colocou dois versos da música “Os vampiros” de Zeca Afonso, sugerindo que o deputado do PSD se está a aproveitar da tragédia de outros para proveito político.
"No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada" pic.twitter.com/YpUGjlhp5a— André Pinotes Batista (@aapbatista) July 24, 2018