O Governo do Presidente francês Emanuel Macron enfrentará nos próximos dias a primeira moção de censura, com poucas possibilidades de passar, originada pelo escândalo desencadeado pelo seu ex-chefe de segurança, que agrediu manifestantes que fingiam ser polícias.

Segundo a agência de notícias espanhola Efe, o novo capítulo do maior escândalo da era Macron começou com o anúncio da moção de censura por parte dos republicanos de centro-direita, a principal força da oposição. O presidente do grupo parlamentar republicano, Christian Jacob, justificou a moção por considerar que o executivo liderado por Macron “fracassou” na gestão desta crise.

A moção de censura, que deve ser apresentada até o final desta semana e votada em seguida, tem remotas possibilidades de avançar, já que o partido de Macron, ‘A República em Marcha’, goza de maioria absoluta na Assembleia Nacional.

“Queremos que o Governo se explique”, explicou Christian Jacob, ciente das poucas possibilidades de retirar o atual Governo do poder. A oposição criticou a sanção aplicada a Alexandre Benalla, que foi punido sem emprego e salário entre 4 e 22 de maio, mas que voltou a assumir a função de chefe de segurança até ser demitido por Macron no último fim de semana. Em causa está o vídeo divulgado pelo jornal Le Monde que mostra Benalla a agredir violentamente um manifestante durante as manifestações do 1º de maio em Paris.

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Afirma ser o “responsável” pelo caso Benalla

O Presidente francês assumiu esta terça-feira ser “o responsável” pelo caso Benalla, admitindo que sentiu os “atos do 1.º de maio” do seu ex-chefe de segurança como “uma traição”, com base em relatórios já conhecidos sobre os incidentes.

“Não somos a república da violência nem do ódio. Não se pode ser chefe só no bom tempo. Se eles querem um responsável, ei-lo diante de vós. Eu respondo ao povo francês”, declarou Emanuel Macron perante os eleitos e vários elementos do Governo, citado pela agência de notícias francesa France Press.

Uma sondagem realizada esta terça-feira indica que 75% dos franceses querem que Macron quebre o silêncio, na sequência do caso Alexandre Benalla.

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