A Ryanair garantiu pagar “mais do dobro” do salário mínimo aos seus tripulantes de cabine (mais de 40 mil euros anuais), numa lista de “factos” publicada esta terça-feira sobre as condições dadas aos trabalhadores, que se preparam para fazer greve.

Publicando as tabelas salariais de duas categorias dos tripulantes da Irlanda, Espanha, Portugal e Bélgica, a transportadora aérea de baixo custo quis mostrar as condições laborais na véspera de dois dias de greve dos trabalhadores nas bases espanholas, portuguesas e belgas. Em Itália, a paralisação decorre na quarta-feira.

Em Portugal, os salários oscilam entre os cerca de 2.140 e os 2.900 euros mensais brutos, segundo a companhia (que na Irlanda paga entre os 2.300 e os 3.800 euros).

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A Ryanair garantiu ainda que os tripulantes têm três folgas depois de cinco dias de trabalho, assim como um limite legal de 900 horas de voo por ano, formação ou licenças pagas e não pagas “sempre que o desejarem”.

Na lista consta também a garantia de baixas médicas, conforme a lei, os bónus de vendas a bordo mais altos do setor (10%) e contratos de dois anos e oferta de vínculo permanente posteriormente.

A Ryanair está já empenhada em negociações exaustivas com sindicatos nacionais de tripulantes de cabine pela Europa e já concluiu acordos de reconhecimento de sindicatos” com o IMPACT, do Reino Unido, Ver.di, da Alemanha, e FIT CISL, ANPAC/ANPAV, da Itália, lê-se ainda na informação.

Os sindicatos dos tripulantes de cabine decidiram avançar para a greve para reclamarem a aplicação das leis laborais dos seus países, em vez da irlandesa, assim como o reconhecimento dos representantes sindicais e as mesmas condições para os trabalhadores subcontratados pelas agências Workforce e Crewlink.

No âmbito da greve, a Ryanair decidiu cancelar voos, um número que em Espanha deverá chegar aos 400 e na Bélgica e em Portugal 200.

A companhia estimou que os cancelamentos possam envolver até 50 dos mais de 180 voos diários operados pela Ryanair de e para Portugal (27%).

Numa nota divulgada segunda-feira, em que dava conta da descida em 20% dos seus lucros, no primeiro trimestre fiscal (até 30 junho), para 319 milhões de euros, a Ryanair avisou que as greves “desnecessárias” podem resultar em reduções da operação no inverno (entre outubro e março) e da frota, assim como no número de postos de trabalho.