A Comissão Europeia propôs oferecer aos governos europeus 6 mil euros por cada migrante resgatado no Mediterrâneo. A medida, inicialmente avançada pelo Financial Times, tem como objetivo tentar atenuar os custos dos encargos nos países de acolhimento, com especial foco em Itália.
“Estamos prontos para apoiar os Estados-Membros e os países terceiros a melhorar a cooperação em matéria de desembarque das pessoas socorridas no mar. Mas para tal funcione imediatamente no terreno, temos de estar unidos — não só agora, mas também a longo prazo”, disse em comunicado o comissário Avramopoulos.
Bruxelas pretende também apoiar a criação de “centros de controlo” para processar os pedidos de asilo e, caso necessário, enviar de regresso para o país de origem aqueles cujos pedidos forem negados.
Espanha será o país mais beneficiado com os incentivos financeiros propostos pela Comissão Europeia. Recentemente, o Governo de Pedro Sánchez decidiu acolher vários navios carregados de migrantes.
Portugal, França, Holanda e Malta também deverão ser abrangidos pela medida, ainda que em menor escala, visto que têm acolhido pequenas embarcações de migrantes nas últimas semanas.
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A proposta de Bruxelas surge pouco depois de o Governo italiano ter começado a impedir barcos carregados de migrantes de atracarem em Itália.
O ministro do Interior, Matteo Salvini, respondeu ao comunicado da Comissão Europeia, rejeitando por completo qualquer “caridade” no que toca ao tema da migração.
“Se eles querem dar dinheiro a outras pessoas, façam-no. A Itália não necessita de caridade”, sublinhou Salvini.