Hamilton, hoje com 33 anos, é um peso pesado da disciplina máxima do desporto automóvel. Não que o piloto inglês tenha uns quilinhos a mais, antes pelo contrário – de outra forma não se conseguiria encaixar no apertado cockpit de um fórmula e suportar o esforço inerente a uma corrida –, mas sim porque tem um palmarés invejável. A quatro títulos de Campeão Mundial junta 66 vitórias, 125 pódios e a liderança do campeonato de 2018. Mas o britânico é também (e de longe) o piloto de F1 com mais vida social, passando a vida a saltitar entre a casa onde reside no Mónaco, por razões fiscais, Inglaterra onde está a base da equipa Mercedes de F1, e Los Angeles (LA), onde adora passar o tempo rodeado do mundo de Hollywood.

Lewis tem uma colecção de 15 automóveis, que não são muitos, mas foram escolhidos meticulosamente, visando não a potência, a velocidade máxima ou a estética. “Não percebo muito de arte ou de vinho e ,como os bancos hoje em dia remuneram muito mal os depósitos ou até os investimentos, decidi investir em carros de colecção, pois disso eu percebo”, confessa o ás do volante.

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Daí que entre a sua casa monegasca e uma garagem que mantém em (LA), onde guarda alguns dos seus brinquedos, Hamilton é o orgulhoso proprietário de modelos que são verdadeiras preciosidades. Destaque para um Shelby Cobra 427 de 1966, em perfeito estado de conservação, tão bom quanto um outro Shelby que também possui, um Ford Mustang Shelby GT500 de 1967. Se estes são os mais antigos, não faltam modelos mais recentes, como o Ferrari 599 SA Aperta, ou os dois LaFerrari, um fechado (avaliado em 2,25 milhões de euros) e outro aberto (8,4 milhões de euros), que são exactamente os veículos que guarda em LA, onde tem um contrato com uma empresa de transportes que levanta um dos brinquedos na sua garagem e o transporta ao encontro do piloto, onde quer que ele esteja, dentro dos EUA. É que o líder do Campeonado do Mundo diz que adora conduzir, “mas nunca mais do que duas a três horas”. A partir daí, considera que “é uma seca”. Talvez aí resida a explicação para uma segunda frota de veículos para utilizar com chauffeur, respectivamente um Maybach S600, um Mercedes GL63 e um Cadillac Escalade.

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Hamilton possui ainda um McLaren P1 e já tem um cantinho lá na garagem para acolher o seu novo Mercedes-AMG Project One, que espera receber no início de 2019. Além de ser um hiperdesportivo fantástico, com 1.020 cv, será muito provavelmente um dos modelos com que Lewis se vai sentir mais à vontade, tudo porque possui essencialmente o mesmo motor 1.6 Turbo e híbrido (uma versão ligeiramente mais civilizada) do seu Mercedes de F1.

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Mas o mais curioso sobre a frota de carros que coleccionou é a opinião que Hamilton tem sobre um dos modelos mais potentes da sua colecção. Tendo sempre presente que adquire os veículos pelo que representam e pelo potencial de valorização, Hamilton comprou em 2013 um belo Pagani Zonda 760 LH, denominação que exibe porque foi produzido com as especificações de Lewis Hamilton, tendo também sido a segunda unidade a ser fabricada.

Um dos poucos Pagani a recorrer a caixa manual, o Zonda pesa apenas 1.210 kg e possui um motor Mercedes V12 atmosférico (para maximizar a nobreza da mecânica) com 7,3 litros, capaz de debitar 770 cv e atingir os 100 km/h em apenas 2,6 segundos. Mas “é terrível de conduzir”, diz Hamilton.

Tem um barulho incrível e dos carros que tenho é o que mais gosto de ouvir. Mas, em termos de comportamento, é o pior.”

Hamilton até escolheu a versão com caixa manual porque detestou a caixa automática tiptronic, da Mercedes. Curiosamente, em relação a esta caixa de velocidades, Hamilton afirma algo que não deve ter caído muito bem junto dos homens da Daimler, ou seja, os seus patrões:

A caixa tiptronic do Zonda é ainda pior do que a do Smart Roadster que tive.”

Já o Ford Mustang GT500 também não o impressiona muito. Hamilton confessa que adora o carro desde que viu Steve McQueen conduzir um exemplar no filme Bullitt, de 1968, “mas como não é muito agradável de conduzir, nunca o uso”, queixa-se o tetracampeão do mundo.

E quando lhe perguntam quais os modelos que lhe faltam na colecção? A resposta surge pronta: “Mercedes 300 SL Gullwing e o Ferrari 250 GT California Spyder, idêntico ao utilizado no filme Ferris Bueller’s Day Off. “Quando me retirar, é o que quero conduzir”. Claro está, desde que não ultrapasse as duas horas…