O ensaio clínico que administrava viagra a mulheres grávidas foi suspenso depois de ter provocado a morte de 11 bebés. Há ainda registo de bebés que desenvolveram doenças pulmonares devido aos efeitos desta medicação. O estudo foi suspenso esta segunda-feira à noite pelo Centro Médico Académico de Amesterdão, que era o máximo responsável pelo ensaio, e foi aberto um inquérito interno para apurar o que falhou.

Os médicos envolvidos na experiência acreditavam que as propriedades do fármaco sildenafil, mais conhecido como viagra, ajudariam a dilatar os vasos sanguíneos, melhorando o fluxo sanguíneo em direção à placenta. Os responsáveis garantem que os fetos das mulheres que se submeteram aos tratamentos estavam a ter problemas de desenvolvimento. Aumentando o fluxo sanguíneo, o desenvolvimento podia ser normalizado, acreditavam.

O viagra é normalmente usado para estimular a ereção masculina mas também é frequentemente receitado a pessoas cuja pressão arterial é elevada. Em sua defesa, os cientistas argumentam que os fetos subdesenvolvidos que fizeram podiam apenas ser salvos por esta experiência. “O prognóstico para estes bebés era negativo e não são conhecidas outras formas de tratamento“, afirmou um dos médicos, citado pelo El Mundo.

No total, o medicamento foi usado em 93 grávidas. Além dos 11 bebés que morreram devido a problemas de respiração, houve seis que nasceram com dificuldades respiratórias graves. Registaram-se mais oito mortes que aparantemente não estão relacionadas com o ensaio clínico. Atualmente, há ainda 15 mulheres à espera de dar à luz a quem já foi administrada uma primeira dose do medicamento.

O teste estava a decorrer em dez hospitais holandeses desde 2015 e estava previsto que se estendesse até 2020. As autoridades holandesas não descartam a possibilidade de abrir uma investigação externa ao caso.

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