Inicialmente, a Tesla fornecia os seus Model S e X com Autopilot e, apesar de estar bem explícito que o sistema era de ajuda ao condutor e que estes deviam estar sempre atentos e prontos a intervir ao mínimo sinal de perigo, a verdade é que eram frequentes casos em que os condutores liam, comiam e viam filmes enquanto conduziam, existindo mesmo uns que saltavam para o banco traseiro e dormiam.

Tudo isto era possível porque a Tesla, revelando uma grande confiança na capacidade do seu sistema de condução semiautónoma, permitia de início que os condutores fosse avisados para colocar as mãos no volante mas, se não o fizessem, na realidade não acontecia nada e o carro continuava a andar, sem a supervisão do condutor.

A Autoridade Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário (NHTSA, na sigla em inglês), a entidade que regula estas tecnologias, além de acidentes e tudo mais, solicitou então ao construtor que alterasse o Autopilot, para que este se desligasse ao fim de algum tempo, caso o condutor não desse sinal de si. Mas então surgiram soluções para enganar o sistema. A mais vulgar consistia em atar duas garrafas de água, ou latas de cerveja, e fazer o cordel passar pelo volante, aplicando aí uma força para que o Autopilot – ou qualquer outro sistema de qualquer fabricante do mercado – pensasse que eram as mãos do condutor a exercer a pressão. Existe também quem prenda uma laranja no volante, como pode ver na galeria, solução que acaba por assegurar o mesmo efeito.

Para evitar que os condutores tivessem de andar às voltas com cordas, garrafas e fruta, rapidamente surgiram no mercado empresas a publicitar peças, mais sofisticadas e pequenas, que desempenhavam a mesma função. Uma das mais conhecidas é a Autopilot Buddy que, segundo a responsável pela NHTSA, Heidi King, foi agora considerada “inaceitável, por visar induzir em erro um sistema de segurança do veículo, colocando o condutor e todos os que o rodeiam em risco”.

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Após os recentes acidentes em que condutores se despistaram enquanto o veículo era “conduzido pelo Autopilot, a NHTSA entendeu que nada deve impedir que o condutor receba estes avisos e actue em concordância”. A peça – essencialmente um anel de metal emborrachado que se coloca em volta do aro do volante –, que é conhecida simplesmente como o Buddy, é fabricada nos EUA, mas não é vendida no país e vem acompanhada de uma série avisos que só pode ser utilizada em circuitos fechados. Como se os utilizadores de veículos com condução semiautónoma, da Tesla ou de qualquer outra marca, passassem a vida a conduzir em circuito.

Veja aqui como funciona o Buddy: