O primeiro-ministro timorense, Taur Matan Ruak, considerou esta quarta-feira, no discurso de apresentação do Programa do VIII Governo Constitucional, que tal permitirá transformar Timor-Leste num país “seguro, saudável, com uma população mais instruída e próspera”.

Taur Matan Ruak, que também foi Presidente do país entre 2012 e 2017, assumiu a vontade de transformar Timor-Leste de uma nação que era “até agora de rendimentos baixos, numa sociedade próspera com rendimentos médio-altos”.

No discurso, Taur Matan Ruak salientou o progresso do país nos últimos anos, apontando a resolução do problema dos deslocados internos e refugiados, em 2014, o cumprimento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o estabelecimento de uma ação governativa sustentada e eficiente e o sucesso nas negociações internacionais.

Taur Matan Ruak, assinalou também a melhoria das condições de vida em Timor-Leste. “Com grande satisfação nossa, temos assistido a uma progressiva e continuada melhoria dos padrões e condições de vida dos Timorenses”, disse, apontando de seguida alguns fatores que contribuíram para tal.

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“O salário mínimo aumentou de 85 dólares para 115 dólares, porque conseguimos criar, em 2015, mais de 63 mil novos empregos, porque o consumo privado aumentou em 2015 para 900 milhões de dólares (um aumento de cerca de 160% entre 2004 e 2014) ou porque a esperança de vida dos Timorenses ter aumentado dos 66,2 anos em 2007 para 69,8 registados em 2017”, algo que para o responsável “revela melhorias nos indicadores da saúde, alimentação ou habitação das famílias e no acesso a serviços públicos de eletricidade, água, saneamento e ambiente”, constatou.

O primeiro-ministro timorense encara o futuro com “redobrada confiança”. “Tudo isto nos leva a encarar o futuro, com redobrada confiança, pois se nos últimos dez anos, com uma taxa média de crescimento acima de 7,3%, conseguimos reduzir a pobreza em 16 pontos percentuais, é legítimo acreditar, que se soubermos manter os índices de crescimento acima dos 2,37% atuais, iremos certamente conseguir reduzir ainda mais 10% o número de pessoas e famílias ainda afetados por este flagelo social”, salientou Taur Matan Ruak.

Para gerir os destinos do país, o primeiro-ministro destaca cinco “áreas prioritárias consideradas fundamentais” para o futuro do país: o capital social, as infraestruturas, o desenvolvimento da economia, a consolidação governativa e a boa governação e o combate à corrupção.

Para o desenvolvimento do capital social, o programa prevê investir no acesso, formação profissional e na qualidade dos serviços prestados, na educação, na saúde, na inclusão social, nas atividades artísticas, culturais, religiosas ou desportivas.

No âmbito do desenvolvimento das infraestruturas, o Governo timorense pretende investir “não apenas na construção de estradas, pontes, portos, aeroportos, mas também na boa utilização, conservação, manutenção e reparação atempada”.

A proposta pretende ainda o desenvolvimento da economia para garantir o crescimento económico elevado, os reduzidos níveis de inflação e o aumento de postos de trabalho. Taur Matan Ruak quer “um ambiente favorável aos negócios e ao desenvolvimento do setor privado” e “estimular o alargamento e a diversificação” deste e promover o consumo interno.

Na consolidação governativa, o primeiro-ministro aponta, em especial, para a “melhoria do planeamento estratégico e o equilíbrio das finanças públicas”. Para uma boa governação e combate à corrupção, Taur Matan Ruak defendeu ainda a adoção de três responsabilidades que considera fundamentais para manter um diálogo permanente e para aproximar os governantes dos governados: “comunicação, colaboração e transparência”.

No final, o primeiro-ministro apelou ao diálogo entre os cidadãos e o Governo.