O único rinoceronte negro que sobreviveu ao transporte para o Parque Nacional de Tsavo Este, no Quénia, foi atacado por leões, anunciou o ministro do turismo do Quénia, Najib Balala. O animal já foi tratado e está a ser monitorizado.
Dez dos onze rinocerontes que foram transportados no mês passado morreram já na sua nova localização em consequência da negligência dos oficiais do Serviço de Vida Selvagem do Quénia (KWS) responsáveis pelo transporte. Segundo Balala, um inquérito independente determinou que os animais morreram devido ao stress da viagem e por terem ingerido água salgada.
Segundo conta o The Guardian, esta foi uma relocalização polémica que gerou contestação por parte dos grupos defensores da vida selvagem. Seis dos trabalhadores envolvidos nas operações foram suspensos, mas o KWS recusou-se a comentar o caso.
“Mesmo que se trate de um só rinoceronte, já é uma enorme perda. Assim, estamos tristes e desapontados com alguns dos oficiais que deveriam ter sido responsáveis. Não levaram o trabalho a sério”, afirmou o ministro.
O rinoceronte negro é uma espécie considerada “criticamente ameaçada”. De acordo com a WWF, as populações desta espécie caíram 98% entre 1960 e 1995.
No Quénia — um país muito dependente do turismo de vida selvagem –, existiam cerca de 20 mil rinocerontes na década de 1970. Em 1990, restavam 400. A inversão das políticas de proteção da vida selvagem em África permitiu evitar a extinção da espécie, aumentado o número para cerca de 1.260 em 2017 — 754 rinocerontes negros e 510 rinocerontes brancos do sul.
Ainda assim, a espécie continua ameaçada devido à caça furtiva e ao mercado negro de chifres de rinoceronte, geralmente enviados para a Ásia, onde são vendidos como ornamentos ou para fins medicinais.
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