A Honda continua o seu périplo por uma série de circuitos europeus, tentando alcançar recordes com o seu Civic Type R, marcas essas que, curiosamente, nenhum outro fabricante disputa ou parece estar interessado em alcançar. Isto dos recordes é algo que só tem interesse quando há uma competição associada, como é o caso de Nürburgring, onde (quase) todos os fabricantes de desportivos vão com regularidade, com o objectivo de tentar bater a concorrência, fixando um melhor tempo por volta, sendo que essas tentativas são devidamente controladas pela organização, para garantir que os carros são mesmo de série.

Mas desta vez, a operação da marca japonesa de “bater o recorde no circuito do Estoril” teve um aspecto positivo de extrema importância, pelo menos para nós, os portugueses que gostam de competição automóvel. Tudo porque aos comandos do Type R, modelo que visitou anteriormente traçados como Spa, na Bélgica, e Magny-Cours, em França, estava o português Tiago Monteiro, piloto oficial da Honda no WTCC, hoje WTCR, que está afastado da competição desde Setembro de 2017, quando foi vítima de um despiste violento durante uma sessão de testes da Honda, numa altura que em liderava o campeonato do mundo de carros de turismo.

Tiago Monteiro, aqui em acção em Vila Real, é piloto oficial da Honda nos carros de turismo, mas está afastado da competição deste 2017

Depois de uma recuperação longa, em que durante muito tempo poucos julgavam possível que o piloto pudesse regressar a uma vida normal, quanto mais aos comandos de um carro de competição, o sempre simpático Tiago Monteiro conquistou talvez a sua vitória mais saborosa e exactamente perante o seu clube de fãs mais próximo: a sua mulher Diana e os dois filhos. Contra as expectativas iniciais, Monteiro surpreendeu os médicos e ultrapassou as maleitas, recuperando a visão e está em vias de regressar ao Honda Civic Type R de corridas.

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Para provar que está pronto para outra – puro abuso de linguagem, pois para sustos já chega – Tiago, exímio com o Type R de competição, agarrou numa versão de série do modelo nipónico e tratou de percorrer uma volta em 2 minutos e 1,84 segundos aos 4,2 km do Estoril.

No vídeo é possível constatar que o piloto português não perdeu nenhuma das características que fizeram dele um dos melhores do mundo ao volante de carros de turismo. E aproveita o facto de estar aos comandos de um carro de série, com suspensões mais macias e com mais curso, para “lamber” os corretores até quase chegar às… bancadas. É claro que há aqui um certo exagero da nossa parte, mas faz parte do jogo cortar tudo o que se pode, contando que se mantenham duas rodas no asfalto e essa é uma arte que Monteiro domina na perfeição. Agora resta trocar, rapidamente, o carro de série pelo de competição e regressar à sua posição natural: piloto oficial da Honda no WTCR. Veja aqui como Monteiro fez a volta canhão: