Trinta migrantes provenientes de Malta que em junho foram resgatados pelo navio humanitário Lifeline chegaram este domingo a Portugal, anunciou o Ministério da Administração Interna (MAI). Em comunicado, o ministério tutelado por Eduardo Cabrita adianta que os 30 cidadãos vão ser acolhidos pelo Conselho Português para os Refugiados, no Centro de Acolhimento da Bobadela.

Entre os 30 migrantes estão 26 homens, três mulheres e uma criança de quatro meses acompanhada pela mãe. Segundo o MAI, os migrantes são provenientes de Bangladesh (1), Costa do Marfim (3), Eritreia (3), Etiópia (3), Mali (2), Guiné Conacri (2), Serra Leoa (1), Somália (2) e Sudão (13).

O Ministério da Administração Interna refere ainda que a chegada deste grupo de pessoas resulta do compromisso de solidariedade e de cooperação europeia assumido por Portugal em matéria de migrações.

“Perante a situação de emergência dos migrantes resgatados pelo Lifeline, o Governo português manifestou de imediato ao Governo de Malta a disponibilidade para participar solidariamente no processo de acolhimento”, indica a nota do MAI, dando conta que uma equipa de inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras deslocou-se a Malta para agilizar todos os procedimentos e preparar o acolhimento em Portugal aos cidadãos estrangeiros que foram recolhidos pelo navio.

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O navio, operado pela organização não-governamental alemã Lifeline Mission, navegou durante seis dias no Mediterrâneo com 230 migrantes resgatados perto das costas da Líbia, tendo chegado ao porto maltês de La Valeta a 27 de junho.

O navio esteve seis dias em alto mar antes de aportar em Malta, depois de lhe ter sido negada autorização para acostar em Itália. A atracagem aconteceu após um acordo com oito países europeus, aos quais se juntou depois a Noruega, para recolocar os requerentes de asilo. Dos 234 migrantes resgatados, 70 são menores não acompanhados.

O Ministério adianta que Portugal também já manifestou a disponibilidade para receber 50 pessoas do grupo de 450 migrantes resgatados no início de julho por navios italianos, numa iniciativa conjunta com Espanha e França.

O MAI refere ainda que uma equipa do SEF e do Alto Comissariado para as Migrações também já concluiu, no Egipto, a primeira missão de contacto e entrevistas aos refugiados candidatos ao grupo de mais de mil pessoas que vão ser acolhidas em Portugal, até 2019, ao abrigo do programa voluntário de reinstalação a partir de países terceiros, da Comissão Europeia e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).