O Presidente norte-americano, Donald Trump, assegurou esta segunda-feira que nunca será permitido ao Irão a posse de armas nucleares, mas disse estar disposto a reunir-se com o seu homólogo Hassan Rohani iraniano “sem condições prévias” e “quando eles [os iranianos] quiserem”.

No decurso de uma conferência de imprensa em Washington com o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte, e na sequência de um agravamento das tensões entre os dois países nas últimas semanas, Trump admitiu um encontro com o líder iraniano, mas voltou a desafiar Teerão.

Encontro-me com o Irão quando eles quiserem. Sem condições prévias. Se querem reunir-se, reúno-me”, disse o Presidente norte-americano, alegando que este género de contactos são positivos para os Estados Unidos, e na sequência da iniciativa que manteve com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un.

No entanto, o chefe da Casa Branca avisou que “nunca deverá ser permitido” que o Irão possua armas nucleares, numa escalada da retórica contra os líderes iranianos, e após uma série de recentes comentários onde Trump chegou a admitir a possibilidade de um “conflito armado” com Teerão.

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Trump elogia política migratória do governo italiano liderado por Giuseppe Conte

Trump elogiou a linha política assumida pelo atual governo de Itália em matérias migratórias, afirmando que outros países europeus deviam adotar a mesma “posição firme” e seguir o exemplo de Roma.

Conte é o líder da atual coligação governamental italiana (que tomou posse no passado dia 1 de junho) que integra o partido de extrema-direita nacionalista Liga e o Movimento 5 Estrelas (M5S, populista). “É um homem que fez um trabalho formidável”, afirmou o Presidente dos Estados Unidos, numa referência à atual postura política do governo de Roma em matérias migratórias. “Sei que ele tem uma posição firme na fronteira”, prosseguiu Trump, defendendo que “muitos outros países na Europa deviam fazer o mesmo”.

O atual governo italiano tem adotado uma linha dura contra as migrações. Por exemplo, o executivo de Roma decidiu bloquear, ao longo das últimas semanas, o acesso aos portos italianos a vários navios de organizações não-governamentais (ONG) que estão envolvidas no resgate de migrantes no mar Mediterrâneo.

A Itália é um importante aliado na NATO, parceiro eminente no Afeganistão e no Iraque e é crucial para trazer estabilidade na região do Mediterrâneo”, indicou uma nota informativa divulgada em finais de junho passado pela Casa Branca quando anunciou a visita de Conte a Washington.

Nesse mesmo mês, durante a última reunião do G7 (grupo das sete maiores economias do mundo) no Canadá, Trump já tinha qualificado o atual primeiro-ministro italiano como “super”. “Ele é muito firme em relação à imigração, como eu”, afirmou na altura Donald Trump, que deseja construir um muro na fronteira com o México para combater a imigração ilegal e que adotou uma política migratória de “tolerância zero” que permitiu separar crianças menores indocumentadas dos respetivos pais, igualmente indocumentados, na fronteira entre os Estados Unidos e o território mexicano.

Nas mesmas declarações antes da reunião com o primeiro-ministro italiano, o chefe de Estado norte-americano adiantou que o encontro com Giuseppe Conte também iria servir para abordar questões comerciais e militares. Este encontro ocorre dias depois do compromisso alcançado, na quinta-feira passada, entre Trump e o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude-Juncker, para uma trégua que permita reduzir as crescentes tensões comerciais dos últimos meses entre Washington e a Europa, após a imposição de taxas pelos EUA.