Dezenas de taxistas estavam esta terça-feira, ao final da manhã, parados no Aeroporto de Lisboa, sem transportar passageiros, em solidariedade com os colegas espanhóis, em greve contra a proliferação de plataformas eletrónicas de transporte como a Uber e a Cabify. O protesto pretende demonstrar solidariedade para com os taxistas de Espanha, a que se juntaram esta terça-feira quatro carros e 10 motoristas que foram na segunda-feira de Portugal.
Os táxis que estavam de manhã parados à frente da fila no Aeroporto tinha duas faixas, onde estava escrito “fuerza hermanos” e “estamos con ustedes”. A fila de táxis estava parada, sem bloquear o trânsito, que estava a ser controlado por agentes da PSP.
“Nós só queremos passar o recado e a mensagem aos nossos governantes que nós não estamos a dormir e o que está a acontecer em Espanha pode acontecer em Portugal”, disse António Ribeiro, um dos taxistas que deu a cara pelo protesto, realçado que este é um protesto “ordeiro, solidário de taxistas independentes” de sindicatos ou organizações representativas.
O mesmo taxista realçou que, dos cerca de 300 taxistas que operam no Aeroporto, apenas cerca de uma centena continua a fazer serviços, “uma espécie de serviços mínimos, para manter o transporte de passageiros, que poderá ser mais demorado”.
Os taxistas de várias cidades espanholas juntaram-se ao protesto por tempo indeterminado iniciado na quinta-feira em Barcelona e Madrid, contra licenças para carros da Uber ou Cabify, cujos motoristas já denunciaram agressões. O protesto intensificou-se após ter sido conhecida na sexta-feira uma decisão do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC) que manteve suspenso o regulamento metropolitano que restringe a concessão daquelas licenças.
Os motoristas reivindicam mudanças legislativas que limitem a emissão de licenças para carros dessas empresas. Apesar de convocado de forma espontânea, o protesto dos taxistas madrilenos recolheu o apoio da Federação Profissional do Táxi de Madrid.