“Em defesa da transparência e da equidade desportiva no futebol”, o Benfica pretende ver respondidas seis questões e deixa ainda um desafio à Federação Portuguesa de Futebol, à Liga e ao Tribunal Arbitral do Desporto: divulguem, nas suas páginas, o percurso profissional dos seus dirigentes e dos seus quadros, bem como a preferência clubística, “caso exista”.

O apelo foi lançado pelo vice-presidente do Benfica, Varandas Fernandes, numa conferência de imprensa que iniciava “uma nova fase de contactos entre o clube e a comunicação social” e onde o responsável da Luz abordou a preparação para o início da época desportiva, bem como “questões de maior relevância na defesa do futebol português”.

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Naquilo que considerou ser “uma medida preventiva”, Varandas Fernandes foi o porta-voz do apelo encarnado aos mais altos responsáveis pelo futebol nacional. “Nos últimos anos, decerto como manobra de diversão para disfarçar erros e fraquezas próprias, foram alguns tecendo o mito de que o Benfica dominaria as principais estruturas do futebol português. Pois bem: convidamos a Liga Portugal, a Federação Portuguesa de Futebol e respetivos órgãos, incluindo os da justiça desportiva, e também o Tribunal Arbitral do Desporto, a publicar nas suas páginas todo o percurso profissional dos seus dirigentes e dos seus quadros”, apelou o vice-presidente do Benfica, continuando: “Identificando claramente os clubes onde já trabalharam e exerceram funções. E assumindo cada um a sua preferência clubística, caso exista. Transparência total, para escrutínio total”.

“Não é por serem órgãos que superintendem o futebol nacional que estarão acima de qualquer suspeita, bem pelo contrário. Devem ser os primeiros a dar o exemplo”, explicou Varanda Fernandes, já depois de reforçar a aposta feita na formação encarnada na constituição do plantel principal de futebol.

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Mas o Benfica tem ainda seis questões que quer ver respondidas pela FPF e pela Liga Portugal, antes do início do campeonato, a 10 de Agosto:

“1. Qual o ponto de situação das investigações à invasão ao centro de treinos dos árbitros na Maia?”;

“2. Qual o ponto de situação sobre as queixas apresentadas por vários árbitros em relação às ameaças que sofreram e que também visaram as suas famílias e os seus bens?”;

“3. Qual a explicação da Liga Portugal para que na época 2017/18 não se tenham cumprido os regulamentos na realização da segunda parte do jogo Estoril-FC Porto? [retomado 37 dias depois]”;

“4. Como se explica que o relatório de perícia feito pela FPF, sobre a recente divulgação pública de contratos de jogadores do Benfica, tenha sido publicado num blogue?”;

“5. Reconhecendo e assumindo a Liga Portugal e a Federação Portuguesa de Futebol a existência de fragilidades e falta de segurança no sistema de troca de correspondência sobre contratos que circulam entre os seus serviços (…) porque será que só há fugas para a praça pública de contratos do Benfica, e sempre em blogues reconhecidamente associados a outro clube?”

“6. Como se justificam o silêncio e a total inação da Liga Portugal e da FPF diante do crime de acesso indevido e divulgação de correspondência privada por parte de um clube em relação a outro?”

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“É mais do que tempo de clarificar posições face a comportamentos que criaram um ambiente de enorme pressão sobre as equipas de arbitragem”, concluiu Varandas Fernandes.