Pode não haver vacinas para combater o novo surto de Ébola na República Democrática do Congo. O aviso foi feito esta quinta-feira pelo chefe de atendimento a emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Peter Salama, citado pela agência Reuters.

Na província de Kivu do Norte, na zona oriental do país, foram detetados novos casos da doença, uma semana depois de o governo congolês ter decretado o fim do surto mais recente, que matou mais de 11 mil pessoas entre 2014 e 2016. Segundo os dirigentes da OMS, ainda não está confirmada a ligação do novo surto do Ébola. Peter Salama, informou que o surto poderá vir do Zaire, do Sudão ou de Bundibugyo, uma cidade no Uganda.

Caso a epidemia venha do Zaire, a vacina utilizada no último surto pode ser uma opção. Caso contrário, será uma situação mais complexa: “Podemos não ter nenhuma opção de vacina”, acrescentou.

Ébola. Detetados novos casos na República do Congo uma semana depois de ter sido anunciado fim do surto

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Segundo o Ministério da Saúde, quatro de seis amostras testadas em laboratório deram positivo para Ébola, estando estas amostras a ser submetidas a novos exames no Instituto Nacional de Investigação Biomédica (INRB), localizado na capital da República do Congo, Kinshasa.

O dirigente da OMS avisou, através do Twitter, que o contexto em que se registaram os novos casos de Ébola é “muito diferente” do local onde a organização esteve no noroeste do Congo. “É uma zona de conflito ativa. A maior barreira vai ser a segurança do acesso à população afetada”, acrescentou.

Através de um comunicado, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o vírus do Ébola continua a ser uma ameaça na República do Congo, mas disse estar confiante na capacidade do país em lidar com a situação. O vírus foi descoberto em 1976, perto do Rio Ébola, na República Democrática do Congo.