O maior gangue do Brasil, o PCC (Primeiro Comando da Capital), de São Paulo, quer seduzir novos recrutas através de descontos na mensalidade que cobram aos membros e instando os membros a convidar amigos, numa tentativa de travar uma guerra com grupos rivais.

Com cerca de 30 mil membros em todo o país, o PCC espera recrutar 30 novos elementos por dia para travar uma “guerra” contra gangues rivais, irritados com a rápida expansão fora de São Paulo deste grupo, que foi conquistando alguns dos seus elementos.

O grupo criminoso aboliu as taxas de assinatura mensal de membro, no valor de 250 dólares (cerca de 215 euros), revela o jornal The Washington Post. O cartel lançou ainda a campanha “Adote um Irmão”, que insta os membros a convidarem pelo menos um amigo para ingressar na organização.

Com conhecimento de negócios ilegais, o grupo adotou técnicas inovadoras de marketing para reforçar os seus números, à medida que as tensões entre gangues atingem um ponto de ebulição.

O PCC tem sido responsável pelo que a polícia chama de “verdadeiro genocídio” dos seus rivais e dos seus próprios membros no Brasil, na última década. A polícia estima que mais de 400 pessoas tenham morrido às mãos do grupo, apenas no segundo semestre de 2017. Segundo a polícia, os líderes do PCC ordenaram que todos os assassinatos fossem fotografados ou filmados.

“A tendência é que eles se expandam porque são os maiores e os mais fortes, então onde estiverem facções médias e menores, eles vão eliminá-las”, disse Márcio Sérgio Christino, um procurador que escreveu um livro sobre o PCC. O PCC foi fundado no início dos anos 90, numa prisão de São Paulo, por prisioneiros em busca de melhor tratamento.

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