O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) decidiu esta sexta-feira não avançar para a greve na Caixa Geral de Depósitos (CGD), apelando antes à união dos sindicatos para uma mesa negocial única sobre o novo Acordo de Empresa.

A comissão executiva do SNQTB “deliberou a elaboração de uma resposta à proposta de Acordo de Empresa da CGD, convidando todos os sindicatos do setor a formarem uma mesa negocial única”, avança o sindicato, em comunicado.

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A decisão foi tomada após o plenário de trabalhadores da CGD filiados no sindicato, que se realizou esta sexta-feira.

Antes da reunião, em declarações à Lusa, o presidente do SNQTB, Paulo Gonçalves Marcos, tinha falado da possibilidade de avançar com uma greve dos trabalhadores do banco público, bem como o recurso ao fundo de greve, de oito milhões de euros, para que os trabalhadores não perdessem a retribuição.

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Em causa, está a denúncia do Acordo de Empresa (AE) apresentada pela administração da Caixa.

Todas as opções estão em aberto, devemos partir para um período negocial, mas perante esta posição unilateral [da administração da Caixa] não hesitaremos em utilizar este instrumento”, disse Paulo Gonçalves Marcos.

O presidente do SNQTB sublinhou que o atual AE é de 2016, pelo que considera ser “extemporânea” a denúncia do mesmo apresentada pela administração do banco.

Causa alguma estranheza que a denúncia tenha sido feita no mesmo dia em que a Caixa declarou lucros de quase 200 milhões de euros” e numa altura em que o banco está em recuperação, afirmou o dirigente sindical.

Segundo defendeu, a proposta de AE, “além de retirar direitos” aos trabalhadores, vem acompanhada de uma proposta de atualização da tabela salarial de 0,3%, o que é insuficiente para o sindicato, uma vez que os trabalhadores da Caixa “perderam 10 pontos percentuais de poder de compra nos últimos dez anos”.

As reuniões do SNQTB surgem um dia depois de o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC) ter anunciado uma greve para dia 24 no banco público.

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O vice-presidente do STEC, Pedro Messias, disse à Lusa na quinta-feira que espera uma “forte adesão” à greve, uma vez que o protesto abrange todos os trabalhadores do banco público, sejam ou não sindicalizados.

Por sua vez, o Sindicato dos Bancários do Norte (SBN), que integra a Febase — Federação do Setor Financeiro, reunido esta sexta-feira, decidiu não convocar, para já, uma greve na Caixa, mas pondera avançar com um pré-aviso para que os seus filiados possam aderir à paralisação marcada para dia 24 pelo STEC.

A decisão de avançar com um pré-aviso de greve será anunciada na segunda-feira, disse à Lusa o presidente do SBN, Mário Mourão.

“Não vamos aderir à greve, uma vez que ainda não começámos as negociações, o que deverá acontecer em setembro, mas se a administração do banco se mantiver irredutível, o recurso à greve é uma possibilidade”, explica Mário Mourão.