O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) anunciou esta quinta-feira que poderá avançar para uma paralisação na Caixa Geral de Depósitos (CGD), recorrendo ao fundo de greve, de oito milhões de euros, para que os trabalhadores não percam retribuição.

A direção do sindicato está reunida na tarde desta sexta-feira para decidir os próximos passos face à denúncia do Acordo de Empresa (AE) da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e, após a reunião, haverá um plenário com os trabalhadores da CGD de onde sairá a decisão de avançar ou não para a greve.

A reunião extraordinária do SNQTB acontece um dia depois de também o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC) ter anunciado uma greve para dia 24 no banco público contra a denúncia do AE.

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O presidente do SNQTB, Paulo Gonçalves Marcos, disse à agência Lusa que “se for vontade dos sócios”, também será convocada uma greve por este sindicato que, segundo acrescentou, “é o maior do setor”.

Paulo Gonçalves Marcos afirmou que na reunião desta tarde está a ser discutida a possibilidade do recurso ao fundo de greve do SNQTB “que foi reforçado e ascende já a oito milhões de euros”, contra cerca de 200 mil euros no ano passado.

É a primeira vez que o fundo de greve atinge uma quantia tão significativa e que permite assegurar vários dias de greve sem perda de retribuição” dos trabalhadores filiados no sindicato, sublinhou o dirigente sindical.

“Todas as opções estão em aberto, devemos partir para um período negocial, mas perante esta a posição unilateral [da administração da Caixa] não hesitaremos em utilizar este instrumento”, disse ainda Paulo Gonçalves Marcos.

O presidente do SNQTB sublinhou que o atual AE é de 2016, pelo que considera ser “extemporânea” a denúncia do mesmo apresentada pela administração do banco.

Causa alguma estranheza que a denúncia tenha sido feita no mesmo dia em que a Caixa declarou lucros de quase 200 milhões de euros” e numa altura em que o banco está em recuperação, afirmou o dirigente sindical.

Segundo defendeu, a proposta de AE, “além de retirar direitos” aos trabalhadores, vem acompanhada de uma proposta de atualização da tabela salarial de 0,3%, o que é insuficiente para o sindicato, uma vez que os trabalhadores da Caixa “perderam 10 pontos percentuais de poder de compra nos últimos dez anos”.