O Procurador venezuelano, Tarek Saab, anunciou esta segunda-feira que foram identificados os cabecilhas do suposto atentado contra o chefe de Estado, Nicólas Maduro, no sábado passado.
“Isto é como um filme em câmara lenta. Os locais onde os drones operavam foram identificados, duas pessoas que operavam um dos drones de um veículo, especificamente o drone que caiu no edifício Don Eduardo, foram apanhadas em flagrante delito, mas não terão sido ainda detidos. Há testemunhas que viram o dispositivo descolar e os identificaram, bem como todos os autores materiais do evento e seus colaboradores. O local onde os autores se alojaram nos dias anteriores ao evento foi reconhecido, os bombistas foram identificados e as primeiras conexões internacionais foram estabelecidas. Presume-se que estão ligados a outra investigação de um ataque terrorista que ocorreu há um ano “, disse o funcionário nomeado pela Assembleia Nacional Constituinte.
Venezuela. Seis detidos por suspeita de envolvimento em ataque a Maduro
Esta informação surge um dia depois do anúncio feito pelo ministro do Interior, Nestor Reverol, segundo o qual seis pessoas foram detidas com acusações de “terrorismo e tentativa de assassinato”. Apesar de afirmar que o Governo venezuelano identificou os cabecilhas da operação, sublinhou não poder adiantar mais devido ao facto de se tratar de uma investigação em curso.
Isto não foi apenas uma tentativa de assassinato, mas sim de um massacre porque, caso se tivesse materializado, todos nós que lá estávamos, seríamos vítimas”, afirmou o Procurador.
Tarek Saab destacou ainda que os crimes em que estão envolvidos incluem traição, homicídio doloso, tentativa de homicídio, ferimentos graves nos sete soldados feridos, lançamento de explosivos em reuniões públicas, terrorismo, associação criminosa e financiamento do terrorismo.
Nicolas Maduro sobreviveu ao ataque, no qual drones armados com explosivos terão voado na sua direção enquanto ele falava num desfile militar. O chefe de Estado culpou a autoria do ataque em elementos de extrema direita e o presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
A Colômbia respondeu, classificando a alegação de “absurda”,sublinhando que se tornou “costume para Maduro culpar a Colômbia por qualquer tipo de problema no seu país”.
Os atacantes usaram dois drones DJI M600, cada um carregando um quilo de explosivo C-4. A DJI, empresa chinesa que fabrica o drone, disse que seus produtos são “puramente para fins pacíficos” e que está pronta para ajudar os investigadores.