Os advogados do Presidente Donald Trump recusaram os termos propostos pelo procurador especial Robert Mueller e procuram negociar outros, mais restritos, informou esta quarta-feira o The New York Times.

Mueller procura, desde há meses, interrogar Trump, no contexto da sua investigação sobre a designada interferência russa nas eleições presidenciais que levaram o multimilionário à Casa Branca, mas até agora ainda não recebeu a concordância deste.

Os advogados de Trump confirmaram esta quarta-feira que enviaram uma resposta a Mueller, mas não revelaram o seu conteúdo.

O procurador especial, ex-diretor da polícia federal (FBI, na sigla em Inglês), tinha enviado na semana passada uma proposta para o interrogatório a Trump, que disse em mais de uma ocasião estar disposto a encontrar-se com Mueller.

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Segundo o diário nova-iorquino, os advogados de Trump querem garantir que o interrogatório não inclua questões sobre ações que possam constituir obstrução à justiça, por recearem que Trump cometa perjúrio nas respostas que viesse a dar.

Entretanto, Mueller quer questionar Trump sobre um amplo leque de questões, incluindo os contactos dos seus colaboradores com a Federação Russa, a possível coordenação da sua campanha com os objetivos de Moscovo e também sobre possíveis ações para obstruir a investigação, como a demissão do diretor do FBI, James Comey.

O New York Times aponta que mais esta forma de procurar atrasar o interrogatório por parte da Casa coloca o risco de Mueller concluir que Trump quer arrastar a investigação.

Ainda seguindo o jornal, Mueller já ameaçou os advogados de Trump, durante uma reunião realizada já durante este ano, que poderia intimar o chefe da Casa Branca a depor perante um júri, se não aceder a uma entrevista voluntária.