No nosso país, enquanto beneficiaram de vantagens fiscais inerentes ao facto de serem consideradas veículos de trabalho, as pick-up foram um caso de sucesso e vendiam-se que nem pãezinhos quentes. Agora vegetam, com penetrações de mercado inferiores às do resto da Europa, que durante os primeiros quatro meses de 2018 comercializou 59.200 veículos, registando um crescimento de 8,4% face a 2017.

Parte do importante incremento de vendas pode ficar a dever-se à chegada de novas marcas ao mercado, conhecidas e reputadas, mas não neste segmento. Referimo-nos à Fiat Fullback, concebida sobre um chassi Mitsubishi, à Renault Alaskan e à Mercedes Classe X, ambas sobre uma base Nissan Navara. Importa pois saber até que ponto estes novos players conseguiram alterar os rankings dos que mais vendem no Velho Continente esta classe de modelo que, simultaneamente, serve os que procuram veículos de lazer e de trabalho. Veja abaixo como se organiza a tabela de vendas.

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Apesar do crescimento em vendas e popularidade, a realidade é que as pick-up ainda representam apenas 8,5% do mercado dos veículos comerciais ligeiros (pequenos e grandes furgões, tanto em versão de carga como de passageiros), o que sendo interessante, não é decisivo. Mas a chegada de marcas como a Mercedes, um fabricante premium cuja Classe X é, esteticamente, um dos produtos mais elegantes do mercado, vai abrir as portas a um tipo de compradores que até aqui nunca considerou adquirir um veículo com caixa de carga atrás.

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Segundo os dados recolhidos pela Jato, o mercado que mais pick-up consome continua a ser o britânico, com mais do dobro do segundo, a Alemanha, seguido da França, Espanha, Suécia e Itália. Isto se considerarmos exclusivamente o volume, pois se o ranking for estabelecido por percentagem de mercado, então são países como a Grécia (aqui as pick-up atingem 37% dos comerciais ligeiros), Hungria e Letónia – certamente pelos mesmos motivos que, em tempos, tornaram este segmento muito representativo em Portugal.

Numa Europa a 29 países, a Mercedes Classe X já conquista 4,5% do mercado das pick-up, menos do que representam as suas vendas de veículos de passageiros (5,4%) e de comerciais ligeiros (8,6%), o mesmo acontecendo com a Fiat Fullback, que entre as pick-up obtém 3,3%, quando possui uma quota de 4,7% nos ligeiros de passageiros e 7,5% nos comerciais. Contudo e talvez por não estar ainda a ser comercializada em alguns países, como Portugal, é a Renault Alaskan que está mais longe dos objectivos médios da marca, com a marca francesa a ter apenas 1,5% das pick-up, muito longe dos 6,8% que possui em veículos de passageiros e 14,4% dos comerciais.

Para saber quem vende mais no segmento das pick-up do mercado europeu, de Janeiro a Abril, veja o ranking dos nove modelos mais populares na fotogaleria acima. O mais certo é ter algumas surpresas, a começar pelo líder, que não é uma das tradicionais marcas japonesas. Já para não falar que há dois veículos europeus no top 5, e a marca que mais cresce é também oriunda do Velho Continente.