Tatiane Spitzner foi agredida pelo marido, Luís Felipe Manvailer, momentos antes de ter caído do quarto andar do prédio onde o casal morava. O  caso remonta à madrugada de 22 de julho, tendo a advogada de 29 anos morrido no local.

As imagens agora reveladas foram captadas pelas câmaras de segurança do edifício e revelam a violência das agressões. O vídeo mostra a advogada a ser agredida ainda dentro do carro, quando este encosta no exterior do prédio. Tatiane foi novamente agredida dentro do carro na garagem, onde o marido lhe aperta o pescoço contra o veículo. Depois de estacionarem, a advogada tenta fugir para o elevador, mas é perseguida e novamente agredida pelo marido. Tatiane tenta novamente escapar quando as portas abrem, mas é impedida pelo homem. Quando chegam ao quarto andar, é forçada a sair para o corredor do quarto andar, caindo no chão.

As agressões foram captadas por várias câmaras do prédio onde o casal morava.

Cerca de 20 minutos depois, a câmara da entrada do prédio captou o momento em que o corpo de Tatiane embate no chão. Terá caído do quarto andar, onde se localizava o apartamento do casal. Momentos depois, o marido foi filmado a transportar o corpo da mulher no elevador, ao qual regressa mais tarde, visivelmente transtornado, e tenta limpar quaisquer vestígios deixados.

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Segundo o jornal brasileiro Folha de São Paulo, a polícia esteve no local por volta das 3h para averiguar o incidente, mas Felipe terá escapado pela garagem. O professor, também de 29 anos, foi detido posteriormente quando se envolveu no acidente rodoviário. A detenção ocorreu na cidade de São Miguel, a 320 quilómetros do local do crime. A polícia acredita que se dirigia para a Foz de Iguaçu, zona de fronteira com o Paraguai e Argentina.

O homem nega ter empurrado a mulher, afirmando que Tatiane saltou da janela durante a discussão. O responsável pelo caso, Bruno Miranda Maciozek, comentou que os vídeos revelam “agressões brutais” contra a vítima.

Os dados mais recentes indicam que 4.473 mulheres foram vítimas de homicídio em 2017, um aumento de 6,5% relativamente ao ano anterior. Destes crimes, 946 foram “feminicídios”, um crime que a legislação brasileira define como “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”. O estado do Paraná — onde ocorreu este crime — é um dos três estados brasileiros que três anos após a aprovação da “Lei do Feminicídio” — que agravou o quadro penal para este tipo de crimes — ainda não dispõe de estatísticas destes casos.