O passadiço situado em frente ao festival O Marisquiño, na cidade espanhola de Vigo, cedeu com o peso da assistência durante o concerto de encerramento. A última atualização das autoridades espanholas feita às 18.30 locais, e citada pelo jornal Voz de Galicia, aponta para 377 feridos.

Ao todo, há nove pessoas internadas, entre as quais cinco em estado grave. Destes, dois têm menos de 15 anos. Apesar da gravidade dos ferimentos, nomeadamente um, de acordo com a televisão pública da Galiza, CRTVG, nenhum corre o perigo de morrer.

Entre os feridos que estão em estado grave, dois têm menos de 15 anos. As lesões mais graves são fraturas e traumatismos cranianos.

A Secretaria de Estado das Comunidades confirmou ao Observador que, entre os nove feridos graves, que foram todos hospitalizados, nenhum é português.

Segundo o Faro de Vigo, houve quem tivesse caído para dentro da água, o que levou a situações de pânico enquanto as pessoas tentavam voltar para terra. O Faro de Vigo refere que chegaram a ir para o local mergulhadores, para garantir que ninguém ficasse dentro de água. Os bombeiros também estiveram no local, tendo chegado à conclusão de que não havia ninguém debaixo dos escombros.

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O colapso do passadiço, que tinha madeira por cima e cimento por baixo, aconteceu durante a segunda música do concerto do artista Rels B.

[Veja este vídeo filmado por alguém que estava no passadiço no momento em que este ruiu]

Autarca diz que “serão investigadas as causas”, presidente do porto diz que “estrutura não estava bem armada”

Em curtas declarações aos media, o presidente da câmara de Vigo, Abel Caballero, disse que “serão investigadas as causas” daquele acidente.

Referindo que a parte do passadiço que cedeu não foi a madeira, mas sim o cimento que estava por baixo desta, o presidente do Porto de Vigo demonstrou alguma surpresa pelo sucedido e fala também na investigação que se segue. De qualquer das formas, refere já de antemão que o acidente terá acontecido por um defeito de construção e não por razões de manutenção.

“Tinha uma estrutura de cimento por baixo, que foi o que cedeu, o que me surpreende, por ter cedido tão facilmente. Agora temos que ver quais foram as causas. Se houvesse um defeito estrutural, não creio que seja por razões de manutenção, mas foi construído de uma maneira que não aguenta com isto”, disse Henrique López Veiga na manhã de segunda-feira em declarações CRTVG. A construção, referiu na entrevista, terá sido feita durante a década de 1990, sem precisar mais.

[Veja neste vídeo como colapsou a estrutura que deixou várias pessoas “entre a madeira e o cimento”.]

Durante a madrugada, o presidente do Porto de Vigo já tinha apontado no sentido de um defeito de construção. “Parece que havia pouco ferro, que a estrutura não estava bem armada”, disse ao programa Espejo Público da Antena 3.

Questionado sobre quem tem a responsabilidade da manutenção da estrutura, respondeu que esta é pertence à autarquia. “Há um acordo entre as três administrações, mas a manutenção corresponde à câmara, as obras são zona franca e quem as paga é o porto, mas eu não gosto de entrar neste tipo de discussões porque parece que atiramos culpas uns aos outros”, disse.

O festival O Marisquiño existe há pelo menos 18 anos e é organizado por uma empresa privada, de acordo o La Voz de Galicia. Ainda assim, explica aquele jornal galego, diferentes autoridades municipais — como o concelho de Vigo, a diputación da província de Pontevedra e o governo regional da Galiza — e a Autoridade Portuária contribuem com mais de meio milhão de euros para que aquele festival seja de entrada gratuita.

Pânico, socorro e um enorme buraco: os vídeos que estão nas redes sociais

A maior parte dos espetadores eram jovens, como demonstra este vídeos filmado pouco depois do colapso da estrutura.

Pouco depois do acidente, foram destacados vários meios de socorro. De acordo com o La Voz de Galicia, foram para o local 43 viaturas de emergência médica de diferentes tipos.

Neste vídeo, partilhado no Twitter do Vigoalminuto e filmado já na manhã desta segunda-feira, pode ver a dimensão do buraco que se abriu no passadiço onde mais de 300 pessoas ficaram feridas.