A Rolls-Royce produz uns carros fabulosos, um pouco pesados e grandes, é certo, mas definitivamente dos mais requintados e luxuosos do mercado. Mas é a outra Rolls-Royce, a que produz dos mais respeitados motores de avião, que agora é notícia. Tudo porque está decidida a competir no feroz mundo dos carros voadores e dos aviões com aterragem e descolagem vertical. E para provar que não brinca em serviço, revelou o seu protótipo no Farnborough International Airshow.

Integrado na estratégia de electrificação da marca, que produz os grandes turborreactores para os aviões comerciais, o novo veículo tem 2020 como data provável para chegar ao mercado, e visa não só satisfazer indivíduos desejosos de ir de Rolls do ponto A para o ponto B, como pode igualmente servir a aviação militar.

Denominado Rolls-Royce eVTOL (de Electric Vertical Takeoff and Landing), o veículo voador proposto pela marca britânica é na realidade um híbrido, uma vez que é uma turbina a gás que produz a electricidade que alimenta os motores eléctricos. Segundo o responsável pelas novas áreas de negócios da Rolls-Royce, Michael Cervenka, “a nossa ambição é tornarmo-nos num fornecedor de sistema de propulsão para aparelhos eVTOL e estamos neste momento à procura de parceiros para produzir os motores eléctricos ideais para projectos deste tipo”.

A Rolls surge assim como a mais recente empresa interessada em disputar o mercado dos carros e táxis voadores, onde já estão a Uber e mais 70 outros fabricantes, muitos deles startups. “Analisámos uma série de propostas eVTOL que já estão no mercado e, por acharmos que todos os modelos 100% eléctricos estão limitados a autonomias de apenas 20 minutos, decidimos avançar com a turbina a gás, para maior autonomia e segurança”, avança Cervenka.

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A turbina a gás (M250) a funcionar como gerador de corrente produz até 500 kW, energia que depois é armazenada numa bateria e daí fornecida aos seis motores eléctricos. O Rolls voador é capaz de atingir uma velocidade máxima de 402 km/h e uma autonomia de 805 km. Dos seis motores eléctricos, quatro estão aplicados na asa, que por sua pode rodar 90º, permitindo a descolagem e aterragem vertical, para depois gradualmente regressar à posição horizontal, para máxima sustentação e maximizar velocidade e distância. Nesta condições, os quatro hélices dos motores das asas recolhem, para reduzir o ruído e melhorar a aerodinâmica, sendo o aparelho movido exclusivamente pelos dois hélices traseiros.

O Rolls eVTOL vai ser capaz de transportar até um máximo de 5 pessoas e se a sua turbina a gás é mais poluente do que os carros voadores 100% eléctricos, a realidade é que não está limitado por uma autonomia demasiado pequena, nem carece de períodos de recarga tão longos, além de conseguir garantir maior velocidade e capacidade de transporte.