O CEO do Grupo Volkswagen, Herbert Diess, está a reposicionar as marcas que fazem parte do conglomerado germânico, depositando na Seat as mais elevadas expectativas. Em entrevista à Automotive News, o homem que está à frente do maior construtor mundial de automóveis teceu os mais rasgados elogios ao fabricante espanhol, confessando que vê na Seat um enorme potencial, que pretende capitalizar neste reposicionamento.
Hoje, a Seat tem um mix de produtos muito melhor do que há alguns anos e conquistou os clientes mais jovens de todo o grupo. Acredito que esta marca ainda tem muito mais potencial”, disse Diess.
Segundo o executivo, o trabalho de “bastidores” que está a ser levado a cabo pretende colocar a casa de Martorell como uma marca “jovem, desportiva, desejável e emocional”. A ponto de, acrescenta Herbert Diess, a Seat poder tirar partido do mau momento que a Alfa Romeo, apesar de ser “uma marca fantástica”, atravessa. “Desde que me lembro, a Alfa está em declínio. Se perguntarmos a pessoa entre os 25 e os 35 anos, a maior parte não faz ideia do que era a Alfa”, defende o CEO, aludindo às glórias do passado do fabricante transalpino.
Glórias essas que levaram o Grupo VW, quando era liderado por Ferdinand Piech, a demonstrar interesse em adquirir o construtor de Arese. Como essa intenção esbarrou sempre na figura do recém-falecido Sergio Marchionne, a alternativa foi tentar posicionar a Seat como rival da Alfa. Mas ao fabricante espanhol faltou sempre a base de fãs e todo o universo aspiracional que rodeia os produtos da marca italiana. Diess aposta agora no que está ‘fresco na memória’, dizendo acreditar que a Seat é hoje mais conhecida junto do público jovem que a Alfa. Com uma vantagem: é liderada por Luca di Meo, gestor que também esteve à frente da Alfa.
Com uma gama muito completa, que vai desde o compacto Ibiza (primo do Volkswagen Polo) até aos SUV Ateca (equivalente ao Tiguan) e Arona, passando pelo Leon e pelo pequeno Mii, a Seat tem vindo a registar resultados positivos, sendo que só no acumulado deste ano alcançou um lucro operacional 63% acima do que o obtido em igual período de 2017. Com a recém-criada submarca Cupra, ao fabricante espanhol está reservada a imagem desportiva do grupo, enquanto a Skoda continuará a ser a escolha racional e a Volkswagen a responsável por garantir grandes volumes.